O músico australiano Scott Buckley foi avisado por um internauta brasileiro que uma de suas composições estava sendo usada em vídeo lançado pela Secom e estrelado pelo secretário especial da Cultura, Mario Frias. O artista, que não havia sido creditado pelo governo brasileiro, lamentou o uso de sua música para tal fim.
"Não há pagamento previsto para uso com essa licença. Eles apenas usaram. Definitivamente, não apoio suas opiniões políticas, nem quero seu dinheiro. Esta é outra desvantagem de lançar minha música de graça", lamentou Buckley no Twitter.
Ele, no entanto, ressaltou que não pode controlar quem usa o seu material, visto que esta é uma característica da licença que disponibiliza suas músicas.
De acordo com o artista, Omega, a canção utilizada pela Secom, está disponível para uso por meio da licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que prevê que suas músicas podem ser usadas e adaptadas, desde que o compositor seja creditado pelo trabalho. Os créditos para Buckley, contudo, só foram acrescentados na manhã desta segunda-feira (7) no Twitter, onde o vídeo original foi publicado na quinta-feira (3).
O artista ainda explicou que, para alguns casos em que não se pode indicar quem compôs a música, o certo a se fazer é comprar uma licença, como deveria ter sido o caso da Secom. Segundo Buckley, ele até pensou em pedir que o vídeo fosse tirado do ar pelo Twitter, mas mudou de ideia ao ver que o governo lhe creditou pelo trabalho.
O vídeo em questão é uma apresentação da websérie Um Povo Heroico. Em tom solene e nacionalista, Mario Frias exalta o povo brasileiro falando sobre suas histórias em um discurso que lembra o hino nacional. Um dia após a publicação, a produção foi satirizada pelo ator e humorista Marcelo Adnet, o que gerou críticas por parte da Secom e de Frias nos últimos dias.