Há cinco anos, o Clube do Blues coloca Porto Alegre na rota internacional dos grandes músicos do gênero. Acostumado a trazer atrações de fora do Brasil para tocar na Capital, nesta quinta-feira (28) o clube comemora seu aniversário de um modo diferente — valorizando os músicos locais.
— Nosso ponto de partida sempre foi o fortalecimento da cena local. Trazemos os maiores músicos em atividade no mundo do blues como maneira de gerar conhecimento, intercâmbio. Nessa comemoração, resolvemos colocar ainda mais em evidência a importância do cenário regional para o projeto — explica o pianista Luciano Leães, criador e curador do clube.
As comemorações começam às 21h, no Sgt. Peppers (Rua Quintino Bocaiúva, 256), com os acústicos de Oly Jr. e Enzo Viero. Depois, Luciano Leães assume como mestre de cerimônias ao lado de sua banda, os Big Chiefs, e também toca com os guitarristas Solon Fishbone e Fernando Noronha, com quem forma o trio Blues Connection. A noite ainda contará com as bandas Blues Combo, Blues da Casa Torta e Hard Blues Trio, além de participações dos músicos Andy Boy, Coié Lacerda, Gonzalo Araya, Luana Pacheco e Alexandre França. Os ingressos estão à venda a partir de R$ 60 (2º lote) em sympla.com.br — na hora, a entrada custa R$ 80.
O Clube do Blues nasceu a partir da atuação de Luciano Leães como pianista. Contratado para acompanhar músicos americanos que vinham tocar no Brasil, ele percebeu que as turnês raramente passavam por Porto Alegre.
— A gente passava por São Paulo, Rio e Paraná, mas o Rio Grande do Sul nunca entrava nessas rotas. É curioso, porque há aqui uma tradição bluseira e público interessado. Então comecei a buscar parceiros para reverter isso — conta Leães.
Parcerias
Além de Luciano Leães, o clube conta com a assessoria de comunicação e produção de Lizi Cordeiro. É uma equipe enxuta, mas recebe apoio de casas de shows, de músicos e de outros apaixonados pelo blues. Iniciado em 2014, como Blues Society, o projeto passou a se chamar Clube do Blues em 2016 e já trouxe nomes de ponta do gênero no mundo, como os norte-americanos Earl Thomas, Annika Chambers, Whitney Shay e Tia Carroll.
Para ser membro do clube não é preciso pagar nenhum tipo de taxa. Basta mandar mensagem por WhatsApp para (51) 98110-1423. Com isso, o usuário entra para uma lista de transmissão e fica sabendo dos shows antes do grande público, garantindo ingresso para atrações mais disputadas, algumas vezes com desconto. Cerca de 800 pessoas estão cadastradas.
— É muito legal porque uma boa parte dessa galera é efetiva e vira quase um grupo de amigos — afirma Leães.
Simples e informal, o grupo consegue bons resultados, criando um público cativo e lotando os espaços das apresentações. Quem vem de fora, celebra a possibilidade de encontrar aficionados por blues na plateia e no palco — os convidados estrangeiros realizam os shows acompanhados por músicos locais.
— O diálogo musical fluiu como se fôssemos um grupo de velhos amigos que volta a se encontrar para tocar música. Ainda que houvesse uma diferença na língua falada, nós nos comunicamos muito bem musicalmente — diz o cantor Earl Thomas, que se participou do projeto em outubro.
