Era um palco simples de madeira, sem pano de fundo ou pirotecnia. O som que saía dali muitas vezes capengava. Com a chuva, ainda havia risco de alguém ser eletrocutado. Por essa estrutura modesta, passaram alguns dos maiores nomes da música de 1969 – Jimi Hendrix, The Who, Janis Joplin, entre outros. Ao redor do palco, estima-se que 500 mil pessoas acompanharam a maratona de shows, que tivera início no final da tarde de uma sexta-feira, 15 de agosto, e só foi encerrada na manhã de segunda (18). Era um público que encarou tempestade, lama, escassez de comida, falta de banheiro e condições precárias de higiene, além do efeito de substâncias psicoativas, para viver uma utopia guiada pela música. Não foi um evento planejado para ter a dimensão que tomou. Tinha tudo para dar errado e terminar mal, muito mal. Deu certo. Não houve tragédia. A Feira de Arte e Música de Woodstock, ocorrida há exatos 50 anos, foi um dos acontecimentos mais importantes do século 20.
Além da lama
50 anos de Woodstock: como o festival catalisou a paz, o amor e a música
Evento que reuniu meio milhão de pessoas em agosto de 1969 demarcou posição política da juventude cansada de guerra e de certas convenções sociais