
Simpatia, boa presença de palco e a experiência de seis décadas de carreira são apenas alguns dos atributos que movem repetidamente fãs de Paul McCartney para seus shows. Quem já experimentou estar no meio da multidão para ver o beatle garante que nem só de som e luz é feito o espetáculo. O próprio público é uma atração à parte.
– O show foi mágico por diversos motivos. Primeiro, por ter a oportunidade de ver um ex-beatle na minha frente, algo que pensei que nunca fosse acontecer, principalmente no meu estado e tocando várias músicas dos Beatles. Mas também pela emoção do público, em ver o quanto aquele show significava na vida das pessoas, ver pais e filhos compartilhando o mesmo momento com lágrimas no olhos de tanta emoção – lembra Jéssica Kosczepa, 25 anos, estudante de Relações Públicas que viu Paul pela primeira vez no Estádio Beira-Rio, em novembro de 2010.
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Em 2011, Jéssica também viajou com amigas para o Rio, assistindo aos dois shows no Estádio do Engenhão. Quando o beatle voltar a Porto Alegre, em 13 de outubro, ela garante que estará lá de novo, provavelmente fazendo amigos:
– Conheci pessoas maravilhosas indo aos shows, gente que mantenho contato até hoje. Inclusive já fomos juntos em espetáculos de outros artistas.
Aos 74 anos, Paul McCartney segue unindo não apenas amigos, mas também famílias por meio da música. É assim com o casal Tirson Benarrós e Viviane Mesquita e seus três filhos. Na casa deles, em Manaus (AM), há até um "mini museu" com memorabilia dos oito shows do Sir que presenciaram no Brasil – o primeiro deles em Porto Alegre, em 2010. Estão ali um exemplar autografado do clássico White Album (1968), palhetas de contrabaixo, um setlist original do palco e até um afável sapo de pelúcia usado sobre o piano do músico em um show em Fortaleza, em 2013, para espantar uma nuvem de gafanhotos que invadia o palco.
Professor de Matemática, Tirson conta que o maior presente recebido da produção de Paul McCartney depois de tantas apresentações não pode ser exposto, mas está vivo na sua memória: o encontro entre o beatle e a filha Hanna no palco do Estádio Arruda, no Recife, em abril de 2012. Depois de ter levado um cartaz pedindo um abraço do ídolo em um show anterior, a menina, com apenas nove anos, foi chamada para conhecê-lo de perto.
– Foi uma emoção muito forte. Tinha perdido meu pai há três meses. Foi ele quem me ensinou a gostar de Beatles. Então foi uma reunião de sentimentos ver minha filha abraçar um ídolo que era do meu pai, e também meu e dela – conta Tirson.
Neste ano, em outubro, a família estuda viajar à Colômbia, para assistir ao show em Medellín.
– Paul é um verdadeiro gentleman. Para ficar na altura de Hanna ao abraçá-la, ele se ajoelhou na frente dela. Na pior das hipóteses, Paul me ajuda a educar minha filha. Hoje ela tem 16 anos. Nas conversas que temos sobre namorados, sempre falo: "minha filha, seja exigente na sua escolha porque, afinal de contas, você já teve um beatle aos seus pés" – brinca Tirson.