O Tribunal da Quinta-Feira, sétimo romance do premiado escritor gaúcho Michel Laub, publicado em 2016, discutia um tema que se tornou cada vez mais presente na era das sentenças definitivas, das verdades absolutas e dos justiçamentos e absolvições sumários promovidos nas redes sociais. Na era do fim da privacidade, voluntária ou não, Laub conta a história de um publicitário paulista quarentão que encara um tsunami pessoal: sua ex-mulher descobriu sua senha do computador e tornou públicos e-mails que ele trocava há anos com um amigo homossexual e soropositivo. Comentários íntimos, muitas vezes impregnados de humor sarcástico e termos pesados, nos quais o protagonista fala da crise no casamento e do caso com uma jovem de 20 anos, o colocam sob os holofotes – e o "julgamento" – de uma grande rede de conhecidos e estranhos na internet.
Tribunal da internet
"As campanhas de justiçamento passaram a atingir as pessoas comuns, e não mais as públicas apenas", diz Michel Laub
À luz do caso Neymar, escritor que abordou em livro os danos provocados pela exposição nas redes sociais de conversas íntimas discute as mudanças nas noções de privacidade
Carlos André Moreira
Enviar email