Referência cultural no Estado, José Carlos Gonçalves, popularmente conhecido como Zé da Terreira, morreu na manhã desta terça-feira (7). Ele tinha 78 anos e estava internado no Hospital Vila Nova, na zona sul de Porto Alegre, para tratar uma doença autoimune, conforme informou a Casa do Artista Riograndense.
O velório será nesta sexta-feira (10), das 9h às 14h, na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1.186, bairro São Geraldo), e o sepultamento, às 15h, no Mausoléu da Casa do Artista no Cemitério São João (Rua Ari Marinho, 297, bairro Higienópolis), ambos em Porto Alegre. A Casa disponibiliza uma chave Pix para receber contribuições para os ritos: CNPJ 88.316.336/0001-09.
"Zezão deixa um legado inesquecível para a comunidade cultural do nosso país e será para sempre lembrado com carinho por seus amigos, companheiros de cena e familiares", declarou a Casa do Artista em nota publicada nas redes sociais.
Nascido em Rio Grande, no sul do Estado, Zé estudou no Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS (DAD) e integrou diversos projetos teatrais e musicais no Brasil.
Definido por Fábio Cunha, presidente da Casa do Artista Riograndense, como "multiartista", foi homenageado na Câmara Municipal de Porto Alegre com o Prêmio Qorpo Santo, em 2000, em reconhecimento aos serviços prestados à cultura local.
Trajetória
Entre 1970 e 1984, Zezão participou do grupo de teatro de improviso Tá Na Rua, no Rio de Janeiro, e integrou o elenco do musical Hair, primeira ópera-rock do país. Em Porto Alegre, atuou no projeto Ói Nóis Aqui Traveiz e na Oficina Perna de Pau.
Sua trajetória sempre esteve ligada ao Carnaval e ao teatro de rua. Cantou e atuou nas peças Jacobina, Balada para um Cristo Mulher e A Exceção e a Regra, essas duas últimas sendo de Bertold Brech. Também lançou o CD Quem Tem Boca é Pra Cantar (2002) e montou os shows Césio 137, na Terreira da Tribo, Tiro ao Álvaro, que contou com músicas de Adoniran Barbosa, e África-Brasil.
— Ele era um anarquista, um cara inquieto, com uma mente que produzia arte o tempo todo. Ele transitava, era um artista do teatro, do teatro de rua, da música, do Carnaval, da literatura — resume Fábio Cunha.
Zé da Terreira vivia na Casa do Artista Riograndense desde o início dos anos 1990. Por lá, era muito ativo e ainda frequentava teatros e cinemas. As informações do velório e sepultamento serão divulgadas em breve, nas redes sociais da instituição.