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O diretor Walter Salles conquistou, no último domingo (2), o Oscar de Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui, uma vitória inédita para audiovisual brasileiro.
Sua trajetória no cinema, porém, contrasta com o histórico empresarial da família, uma das mais ricas do Brasil.
Filho do banqueiro e diplomata Walther Moreira Salles, o cineasta tem uma fortuna estimada em R$ 26,4 bilhões, de acordo com a Forbes. Ele faz parte de um grupo familiar que controla negócios no setor bancário, na mineração de nióbio e até na produção das sandálias Havaianas.
A origem desse império remonta ao início do século 20, quando o patriarca João Moreira Salles fundou um banco no Sul de Minas Gerais.
Desde então, a família acumulou investimentos estratégicos, incluindo a fusão que originou o Itaú Unibanco e o domínio sobre a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que lidera o mercado mundial de nióbio. As informações são da BBC.
Trajetória até o Oscar
Apesar da fortuna familiar, Walter Salles seguiu caminho distinto dos irmãos. Enquanto Pedro Moreira Salles é um dos nomes mais influentes do setor financeiro, como copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, e João Moreira Salles é documentarista e fundador da revista Piauí, Walter fez sua carreira no cinema.
Diretor de filmes como Central do Brasil (1998) e Diários de Motocicleta (2004), também indicados ao Oscar, ele se consolidou como um dos cineastas brasileiros mais reconhecidos internacionalmente.
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Foi com Ainda Estou Aqui, que ele levou a estatueta do Oscar, a primeira da história do Brasil. O filme também concorria a melhor filme e melhor atriz, com Fernanda Torres, ambos perdidos para Anora e a protagonista da produção, Mikey Madison.
O patrimônio de Walter Salles o coloca como o terceiro diretor de cinema mais rico do mundo, segundo a Forbes, atrás apenas de Steven Spielberg e George Lucas.
Império
O início da fortuna da família Moreira Salles está ligado ao café. João Moreira Salles, avô do cineasta, começou como comerciante e correspondente bancário, até fundar, em 1940, o Banco Moreira Salles, que futuramente se tornaria o Unibanco.
A proximidade com a elite política e financeira permitiu que o filho Walther expandisse os negócios, assumindo cargos estratégicos no governo e no setor privado.
Uma das grandes “tacadas” da família foi a participação na renegociação da dívida externa brasileira, o que gerou ganhos substanciais. Outro investimento de peso veio nos anos 1960, quando Walther Moreira Salles apostou na exploração do nióbio, metal usado na indústria aeroespacial e na produção de baterias de recarga rápida.
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Atualmente, a CBMM, empresa controlada pela família, é responsável por mais de 75% da produção mundial de nióbio, um mercado avaliado em bilhões de dólares. Em 2023, a companhia gerou R$ 4,9 bilhões em lucro.
Consolidação
Além da mineração e do setor bancário, os Moreira Salles investiram em outras áreas estratégicas. Em 2017, o grupo assumiu o controle da Alpargatas, dona das Havaianas, em parceria com a Itaúsa.
Também são donos da Cambuhy Agrícola, produtora de laranja e cana-de-açúcar com mais de 14 mil hectares no interior de São Paulo.
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A fusão do Unibanco com o Itaú, em 2008, foi outro movimento que consolidou a fortuna da família. O Itaú Unibanco se tornou o maior banco da América Latina, com um valor de mercado superior a R$ 500 bilhões.
Os quatro irmãos Moreira Salles estão entre os 12 brasileiros mais ricos. Pedro Moreira Salles ocupa a sexta posição do ranking nacional da Forbes, com R$ 38,45 bilhões.
Fernando Moreira Salles, sócio da editora Companhia das Letras, está logo atrás, com R$ 36,15 bilhões. Walter e João Moreira Salles aparecem empatados no 11º lugar, com R$ 26,4 bilhões cada.