O quadro Menina com Balão, de Banksy, que foi parcialmente autodestruído em um leilão em Londres há três anos, foi vendido nesta quinta-feira (14) por 18,6 milhões de libras (cerca de US$ 25,4 milhões ou 21,8 milhões de euros), um recorde para o artista britânico. O valor é entre quatro e seis vezes mais elevado do que o preço pago na primeira venda por um colecionador anônimo, em 2018.
A obra, rebatizada de Love is in the Bin (Amor está no Lixo, em tradução livre), superou o último recorde alcançado em março por Game Changer, um quadro em homenagem aos profissionais da saúde na pandemia de coronavírus, que foi vendido na casa de leilões Christie's por 16,75 milhões de libras (aproximadamente US$ 22,9 milhões ou 19,5 milhões de euros).
O famoso artista de rua, cuja identidade permanece um mistério, surpreendeu o mundo naquele leilão, também na Sotheby's de Londres. Assim que o martelo foi batido ao lance mais elevado, um mecanismo escondido na moldura destruiu a parte inferior da tela, que representa uma menina soltando um balão em forma de coração.
Agora, apenas o balão permanece em um fundo branco. Com a ação, Banksy afirmou que desejava denunciar a "mercantilização" da arte. No entanto, no final, os restos de sua obra foram revalorizados.
Em comunicado anunciando a venda, a Sotheby's descreveu a destruição como o "acontecimento" artístico mais espetacular do século 21, enquadrado "na herança da arte contracultural que começou com o dadaísmo e Marcel Duchamp".
"Durante aquela noite surrealista de três anos atrás, acidentalmente me tornei o dono privilegiado de 'Amor está no lixo' (...) mas é hora de me separar", declarou o comprador anônimo, citado em nota da Sotheby's.
Menina com Balão apareceu pela primeira vez em 2002 e se transformou em "uma espécie de leitmotiv (tema recorrente)" para Banksy e em "uma obra muito apreciada", disse à AFP Katharine Arnold, curadora da Christie's para arte contemporânea e do pós-guerra na Europa.
Banksy se tornou mundialmente conhecido por suas obras pintadas às escondidas em paredes de edifícios de vários países. O artista urbano gosta de provocar e conscientizar por meio de sua arte e já abordou temas como o Brexit e a imigração. Até o momento, sua identidade permanece desconhecida, mas sabe-se que ele é originário da cidade de Bristol, na Inglaterra.