
A ousadia e a complexidade dos movimentos da Cia. de Dança Deborah Colker foram comprovadas mais uma vez no espetáculo Cura, apresentado no último fim de semana ao vivo pelo Globoplay. Com trilha original de Carlinhos Brown, a montagem foi filmada na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e pode ser revista na íntegra na plataforma até o dia 2 de outubro.
O espetáculo, que tem direção e coreografia de Deborah, trata de ciência, de fé, da luta para superar e aceitar nossos limites, do enfrentamento da discriminação e do preconceito. Nos últimos anos, a coreógrafa buscou uma solução para a doença genética que seu neto tem, a epidermólise bolhosa. Dessa angústia pessoal nasceu o novo trabalho da companhia de dança, um espetáculo que vai muito além do aspecto biográfico familiar.
A coreógrafa concebeu o projeto em 2017, mas no ano seguinte, com a morte do cientista britânico Stephen Hawking, encontrou o conceito. Embora acometido por uma doença degenerativa, Hawking viveu até os 76 anos e se tornou um dos nomes mais importantes da física. A partir dessa história, Deborah percebeu que há outras formas de cura além das que a medicina possibilita.
— Quando foi diagnosticado, os médicos deram a Hawking três anos de vida. Ele viveu mais 50, criativos e iluminados. Entendi o que é a cura do que não tem cura — conta Deborah.
Segundo ela, o espetáculo apresenta “todos os recursos imunitários e humanitários” em aliança pela cura, em uma espécie de coquetel formado por elementos como a ciência, a fé, a solidariedade e a ancestralidade.
— Concebido antes desta pandemia, o título não é um “conceito”, mas um grito — concorda o rabino Nilton Bonder, responsável pela dramaturgia.
Já Carlinhos Brown foi convidado, inicialmente, para compor apenas o tema da abertura, mas é o responsável pela criação de praticamente toda a trilha, cantando em português, ioruba e até em aramaico.
Mais dicas
Cultura guarani para ouvir e ver
O coral indígena Araí Ovy, da Retomada Mbya-Guarani Tekoa Ka´aguy Porã, em Maquiné, e a banda porto-alegrense La Digna Rabia se reúnem no EP Sementes da Retomada, lançado no último sábado. Com produção de Arthur de Faria, o disco de seis faixas mistura o canto guarani com a diversidade musical latina.
O resultado do encontro sonoro pode ser apreciado pelo público gratuitamente em sementesdaretomada.com.br. Como parte do projeto, ainda será lançado um documentário sobre o Ñande Rekó, o modo de vida guarani. O filme, dirigido por Marcelo Curia, ficará disponível para streaming de 2 a 9 outubro, no site da iniciativa.

Bibiana Petek no Sarau do Solar
Apesar de ser quarta, é o repertório do disco Músicas para Segunda-Feira Vol.1, de Bibiana Petek, que vai agitar o Sarau do Solar. A cantora apresenta as canções sobre cotidiano que marcam seu mais novo álbum, o segundo gravado em estúdio, produzido por ela, Bruno Vargas e Diego Lopes. Singles como Hotel Graciosa, Voo Livre, Casa de Barro, Salud y Plata e Gente de Noite devem integrar a espetáculo.
O evento ocorre de forma online, a partir das 18h30min. A transmissão, que é gratuita, será pela TV Assembleia Legislativa (canal 11.2 ou canal no YouTube) e pelas redes sociais do parlamento gaúcho.
Mistério criminal em Copenhague

Adaptação de uma obra dinamarquesa homônima, a série O Homem das Castanhas estreia nesta quarta-feira na Netflix. A produção se desenrola em um bairro de Copenhague onde a polícia faz uma terrível descoberta: uma jovem assassinada é encontrada em um parque, sem uma das mãos. Perto do corpo, um bonequinho feito de castanhas.
A investigadora Naia Thulin (Danica Curcic, na foto) e o novo parceiro, Mark Hess (Mikkel Boe Følsgaard), assumem o caso e descobrem uma misteriosa evidência dentro do boneco, que conecta o crime ao desaparecimento e à suposta morte de outra jovem no ano anterior, filha de uma política.
A vida de Cid Moreira
Cid Moreira é dono de uma das vozes mais conhecidas do país e de um marcante “boa noite” do telejornalismo. O jornalista é a estrela do documentário Boa Noite, que tem exibição inédita nesta noite, às 20h05min, no Canal Brasil. Ao narrar sua própria história no filme dirigido por Clarice Saliby, Cid desconstrói mitos e traz à tona episódios pessoais, transitando por um labirinto de memórias com dezenas de imagens de arquivo.