A classificação preliminar em bandeira vermelha de todas as 21 regiões do Rio Grande do Sul no Distanciamento Controlado do governo do Estado leva preocupação aos prefeitos e uma indefinição: com o diagnóstico complicado, muitos não sabem nem se irão recorrer para abrandar as restrições. Quatro prefeitos ouvidos neste sábado (28) por GZH, que também são presidentes de associações regionais de municípios das regiões mais populosas do Estado, são uníssonos em taxar a situação atual como "muito preocupante".
Uma reunião foi citada por todos eles como decisiva para os próximos passos das medidas a serem adotadas. Na segunda-feira (30) à tarde, o governador Eduardo Leite e as associações dos municípios colocarão em pauta o que pode ser feito, frente a um sentimento de normalização da convivência com o vírus de parte da população e uma sensação de relaxamento das medidas de proteção.
— É uma situação muito preocupante, na qual nem vamos recorrer porque sabemos que estamos caminhando para uma situação ainda pior. Ainda temos as festas de final de ano, o calor que leva as pessoas a não ficarem em casa, um momento diferente. Te confesso que aqui vamos tentar tomar decisão conjunta após essa reunião, porque estamos sem saber bem o que fazer — lamenta Margarete Simon Ferreti, presidente do Consórcio dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre e prefeita de Nova Santa Rita.
A mesma situação foi relatada pela presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (Amvars) e prefeita de Dois Irmãos, Tânia Terezinha da Silva. Para ela, é hora de investir em campanhas de conscientização para convencer a população a reforçar os cuidados:
— Sequer temos subsídios para entrar com recursos frente à situação, que é muito preocupante. O que estamos fazendo é ampliando a fiscalização e tentando trabalhar com a conscientização das pessoas. Sem isso, estaremos em breve na bandeira preta.
A única das três regiões ouvidas por GZH que definiu que entrará com recurso é a Serra. O prefeito de Cotiporã e presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), José Carlos Breda, reconhece o momento delicado, mas informa que as cidades da área protocolaram recurso para reduzir as restrições.
— Na terça passada, foi feita reunião para definir ações antes mesmo de saber o resultado da bandeira, porque tínhamos indicativos de piora. É fato que a situação recrudesceu. Vamos fazer o recurso porque a Serra tem menos de 80% de ocupação de UTIs — adiantou.
Prefeito de Taquari e presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, mantém o discurso dos demais prefeitos:
— Vamos ter reunião com o governador para dialogar sobre medidas conjuntas. Será para avaliar e dialogar mesmo, sem pré-condições. A situação é muito preocupante.
O governo do Estado deve informar o número de recursos recebidos na manhã deste domingo (29). Na segunda-feira (30), divulgará o mapa consolidado de bandeiras, após avaliar os recursos e a ponderação dos municípios.