A pesquisa inédita sobre a prevalência do coronavírus na população gaúcha, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), terá sua segunda etapa realizada entre sábado (25) e segunda-feira. Nestes dias, a meta é entrevistar e testar para anticorpos do vírus 4,5 mil pessoas em nove cidades: Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul. O resultado desta etapa do levantamento deve ser apresentado pelo governador Eduardo Leite até a quarta-feira.
O primeiro inquérito populacional estimou que o Estado tem 5.650 pessoas infectadas pelo coronavírus, apesar de os dados oficiais indicarem 1.061 casos conhecidos. Na primeira fase, foram testadas 4.189 pessoas devido à dificuldade dos pesquisadores de ingressarem em residências, especialmente em condomínios de classe média.
Para o novo trabalho, o governo e a UFPel estão reforçando informações de que prefeituras e órgãos municipais de saúde e de segurança pública apoiam a iniciativa e podem ser contatados por quem tenha dúvida sobre a identidade dos pesquisadores.
O estudo, encomendado pelo governo do Estado, mapeia os casos de coronavírus, avalia a velocidade de disseminação da covid-19 e serve para embasar estratégias de saúde pública. Conforme o coordenador-geral do trabalho e reitor da UFPel, Pedro Hallal, "a segunda etapa vai permitir uma compreensão mais clara do avanço do vírus em diferentes regiões".
Outras duas etapas de entrevistas e aplicação de testes estão previstas para ocorrer de 9 a 11 de maio e de 23 a 25 de maio. Na próxima semana, deve começar a pesquisa nacional, encomendada à UFPel pelo Ministério da Saúde. O estudo no Brasil testará 99,7 mil pessoas em 133 cidades.
Como funciona
— Em cada município, são sorteados aleatoriamente os domicílios que entram no estudo. Em cada residência, um novo sorteio determina o morador que irá realizar o teste rápido.
— Os entrevistadores, profissionais voluntários da área de saúde, têm identificação do estudo e vestem equipamentos de proteção individual — máscaras, óculos, luvas e jalecos. A pesquisa tem o apoio das secretarias de Saúde, centros de Vigilância Epidemiológica e órgãos de Segurança Pública dos municípios.
— Durante a visita, os entrevistadores aplicam questionário e coletam uma amostra de sangue (uma gota) da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em 15 minutos. O teste rápido detecta a presença de anticorpos, que são defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a 10 dias da data de contágio pelo vírus.
Parceiros
O estudo coordenado pela UFPel mobiliza uma rede de 12 instituições de Ensino Superior pública e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); Imed Passo Fundo; Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo); Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).