Mostrar atrativos turísticos e fazer do brasileiro o visitante mais comum: são esses os objetivos do governo do Paraguai e de empresários do setor nos próximos anos. O plano foi o motivo de um encontro no Hotel Laghetto Viverone Moinhos, em Porto Alegre, na tarde desta terça-feira (25).
Além da Capital, Foz do Iguaçu e Curitiba, no Paraná, e São Paulo (SP) foram outros destinos visitados pela missão. O evento reuniu empresas da área turística do Paraguai, que apresentaram atrações do país para empresários brasileiros. Rosane Ávila, vice-presidente da Associação Federativa de Executivas de Empresas de Turismo (Afeet), diz há potencial turístico a ser desenvolvido no Paraguai: a presença dos brasileiros no país vizinho pode ir além das tradicionais compras em lugares como Ciudad del Este.
— Vejo que falta divulgação, principalmente de outros locais do Paraguai. Assunción (a capital) é uma cidade que está se revitalizando cada vez mais, com muitos shoppings novos, hotéis modernos. É um destino que merece atenção.
Para isso, porém, há um trabalho de marketing em andamento para que o país sul-americano seja uma opção mais recorrente para quem planeja viajar para fora do país. Segundo dados da Secretaria Nacional de Turismo (Senatur) do Paraguai, os argentinos são os que mais visitam o território paraguaio. Em 2022, foram 440 mil, o que representa 76% do total.
O mesmo levantamento indica que os brasileiros estão em segundo no ranking: 54,5 mil visitantes no ano passado, o equivalente a 9,5% dos ingressos. Em 2019, antes da pandemia de covid-19, os visitantes do Brasil chegaram a representar 14% dos turistas estrangeiros.
Imenso mercado brasileiro
O plano do desenvolvimento turístico do Paraguai até 2030 destaca a "profunda crise econômica" na Argentina, o que afeta a capacidade de viagens, e afirma que "as perspectivas atuais são bastante negativas no curto prazo". Por outro lado, aponta como opção para o setor o "imenso mercado brasileiro", e cita evolução econômica do Brasil nos últimos anos e a estabilidade do real na comparação com o peso argentino.
— Estamos conscientes de que o brasileiro é um turista exigente, mas o Paraguai está crescendo, é um dos países com maior índice de crescimento regional, tem um bom clima de negócios hoje. Além do turismo, há outros negócios acontecendo entre os dois países. Nosso objetivo é transformar o Brasil no país que mais nos envia turistas — diz Doris Penoni, diretora de marketing da Senatur.
Segundo ela, com a ação feita em Porto Alegre, o governo paraguaio quer atuar com as empresas do setor turístico dos dois países para qualificar a oferta de pacotes de viagens para brasileiros. A ideia é que os espaços dos estabelecimentos turísticos no Paraguai também aumentem os conteúdos em português, como uma maneira de fazer com que o brasileiro “se sinta em casa” quando esteja em solo paraguaio.
Visitas a reservas naturais, turismo rural, arte indígena, gastronomia e roteiro jesuítico - similar ao que há no Rio Grande do Sul - são algumas das atrações que o governo do Paraguai quer mostrar aos gaúchos como opções de viagem.
— Estamos unidos para que o Paraguai exporte uma visão de sustentabilidade, de um bom clima de negócios. Queremos mostrar ao mundo como conservamos nosso patrimônio, nossa cultura e, o mais importante, nossos recursos naturais — acrescenta Doris.