Desembarquei do trem às 6h em Margão, cidade próxima ao litoral de Goa. Peguei um tuk-tuk e segui para Colva Beach, uma cidade que me deixaria bem centralizada para visitar todas as praias. De cara, avistei as águas quentes e cristalinas do Mar Arábico, no Oceano Índico. Seria só vestir biquíni e me jogar mar à dentro, certo? Não foi bem assim.
Na Índia, as mulheres, em sua grande maioria, tomam banho de mar e piscina, mas usam roupas longas. Ou melhor: o tradicional sári. Para não despertar olhares curiosos, vesti bermuda e camiseta. Penso que a decisão foi acertada, mas me senti estranha.
A dura Calcutá
Ioga e espiritualidade na sagrada Varanasi
Nova Délhi, capital pluricultural
Rajastão, terra dos marajás
A cultural e fervilhante Mumbai
Bangalore, uma agradável confusão
Auroville, mística e mágica
Como queria me esticar nas franjas do Índico bem à vontade, aluguei uma moto automática por três dias e desbravei o Estado tropical, de paisagens deslumbrantes e perfume de caju pelas estradas. Melhor decisão. Percorri os cerca de 100 quilômetros de costa conhecendo praias paradisíacas de águas mornas, bebendo caldo de cana e experimentando a culinária rica em peixes e frutos do mar.
Senti-me em casa no menor Estado da Índia. Pudera: Goa foi colônia portuguesa por 450 anos, até 1961, ano em que os exércitos da Índia, recém independentes do Império Britânico, tomaram o território de volta.
E essa colonização deu pistas de que havia algo muito parecido com o Brasil naquele lugar. Embora poucos falassem o português, não eram raros nomes de ruas com josés, marias e conceições. Igrejas católicas, conventos e fortificações são os legados e faz lembrar a passagem da frota de Vasco da Gama pela Índia.
Goa poderia ser confundida com alguma praia maravilhosa da Bahia, não fosse uma peculiaridade: vacas. Os animais entram no mar e circulam pela areia macia. Isso significa que sim, você pode estar boiando no mar e dar de cara com um gado te olhando. Mas, não se assuste, por todo o país, além de sagradas, elas são dóceis.