O forte que inspira o nome da praia é o ponto mais alto do distrito e fica logo na entrada de Praia do Forte. As placas indicam o caminho a seguir. Mas os principais atrativos do lugar são as visitas às tartarugas marinhas preservadas pelo Projeto Tamar, o trabalho do Instituto Baleia Jubarte e o banho de mar nas piscinas naturais na Praia do Papa-Gente.
O passeio pode começar por uma agradável caminhada na vila de pescadores, entre lojinhas de decoração e butiques - nem sempre baratas - e restaurantes. A Igreja de São Francisco, padroeiro de Praia do Forte, funciona na praça central e também vale uma visita.
Construído em 1551, o Castelo Garcia DÁvila é considerado a primeira edificação portuguesa de arquitetura residencial militar no Brasil. Tombado pelo Iphan em 1937, a construção em estilo medieval fica na Alameda do Farol. A entrada para visita custa R$ 10 por pessoa.
Mas a beleza da Praia do Forte vem do mar. O litoral norte da Bahia reúne espécies únicas de tartarugas, além das baleias jubarte, que viajam milhares de quilômetros para se reproduzir ali, onde foram instaladas as bases do Projeto Tamar e do Instituto Baleia Jubarte.
Todos os anos, sete espécies de tartarugas desovam nas praias brasileiras, sendo quatro delas na Praia do Forte. A postura dos ovos ocorre entre setembro e março, em diferentes ninhos espalhados ao longo dos 900 quilômetros do litoral brasileiro. O monitoramento do Tamar na região, desde a década de 1980, salvou cerca de 13,7 milhões de filhotes.
Na Vila da Praia do Forte, a sede do projeto mantém um museu aberto, com aquários, tanques, exposição permanente de painéis fotográficos, loja de suvenires e dois restaurantes. Entre tanques e aquários, com mais 600 mil litros de água salgada, estão quatro espécies de tartarugas marinhas em diferentes estágios do ciclo de vida.
Encontro emocionante
As baleias jubarte chegam à costa brasileira a partir do fim de julho, e a temporada vai até meados de outubro. Durante esse período, em que ocupam a faixa litorânea entre Rio de Janeiro e Sergipe, os mamíferos têm seus rituais de acasalamento e reprodução monitorados em diversos pontos, inclusive na Praia do Forte.
Os passeios para observação são feitos por operadoras credenciadas em parceria com os biólogos do Instituto Baleia Jubarte. Custam entre R$ 120 a R$ 150 por pessoa. O programa dura de três a cinco horas e começa com um vídeo sobre a espécie e o trabalho de monitoramento. Em seguida, os visitantes saem de barco para procurar os animais, que medem até 17 metros e podem pesar 40 toneladas. Não é garantido, mas é comum as baleias se aproximarem da embarcação e fazerem acrobacias. Em 2011, foi registrado o aparecimento de 11.418 jubartes no litoral brasileiro.
Na Praia do Forte, também é possível conhecer a sede do Instituto Baleia Jubarte. A base desenvolve atividades de pesquisa, coleta de dados científicos, fotoidentificação, monitoramento da atividade de whale watching e atividades de educação ambiental nas comunidades da região.
Baleias e tartarugas
Ciência e natureza estão no roteiro da visita à Praia do Forte, a 70 quilômetros de Salvador
O litoral norte da Bahia reúne espécies únicas de tartarugas, além das baleias jubarte, que viajam milhares de quilômetros para se reproduzir ali
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