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Manicure no restante do ano, Milene há anos trabalha como camareira em um hotel na RS-407, em Capão da Canoa. O estudante Guilherme há quatro anos complementa a renda como fiscal de caixa em um mercado. Já Gabriel troca a roupa de operário da construção civil pela camiseta e chapéu de um quiosque na beira-mar. São todos moradores de Capão da Canoa, que de outubro a abril trabalham nos chamados “empregos de verão” para ampliar a renda e garantir mais tranquilidade na baixa temporada.
Por outro lado, com o público em expansão e surgimento de novos negócios no litoral, empresários destacam a dificuldade de preencher vagas, principalmente temporárias. Já no meio da temporada, 618 vagas seguem abertas no Litoral Norte, somente em agências do Sine/FGTAS.
Neste ano, quase metade das vagas abertas são para atendentes de loja e mercado, além de operadores de caixa. Veja aqui quais as vagas abertas.
Quem são os trabalhadores de verão
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Quiosque
Sorridente em meio às barracas do “Quiosque do Régis”, na beira-mar de Capão da Canoa, Gabriel Oliveira Corrêa se divide entre preparar caipirinhas e outras bebidas, e atender os pedidos dos clientes.
— A gente trabalha com o público, então tem que atender o pessoal bem, que daí saí uma "gorjetinha" – brinca.
Morador do centro de Capão da Canoa, Gabriel conta que durante o ano trabalha no que estiver disponível. Já no verão, migra para a beira da praia em busca de uma remuneração maior. Mesmo assim, diz que o valor serve apenas para cobrir custos.
— O verão é o que mais paga aqui, é melhorzinho. No resto do ano trabalho com tudo, principalmente na obra. Aqui a gente gosta, mas é puxado, e consegue tirar um dinheiro só para pagar o que gasta — conta o garçom da beira da praia, que usa uma camiseta colorida e um chapéu de palha, característicos do quiosque.
Supermercados e comércio
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Há quatro anos, o estudante Guilherme Machado, 19 anos, trabalha de outubro a abril no mesmo supermercado, que só abre nesta época do ano. Ele conta que começou como empacotador e foi promovido a fiscal de caixa, posição que ocupa neste veraneio.
Enquanto milhares de pessoas aproveitam as férias, Machado aproveita para aumentar a carga de trabalho. Ele conta que só tira férias no fim do verão, já que essa renda é o que dá tranquilidade para o restante do ano.
— No inverno eu busco algo de meio turno pra conseguir ter tempo livre pra estudar bastante. Quando acaba o verão, eu tenho um tempo livre, de 15 dias para começar o inverno. O veraneio tem muita gente, então quem é daqui aproveita pra trabalhar bastante — afirma.
Hotel
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Há oito anos, a manicure Milene Borges Matos trabalha de dezembro a março como camareira temporária no hotel Capão Praia Hotel, na RS-407. Casada e mãe de três filhos, ela aguarda o verão com ansiedade, pois é o período em que a renda aumenta para a família.
— A gente agradece, quanto mais gente vier pra eu poder trabalhar, melhor. A gente aproveita a renda do verão pra complementar com a do inverno, é bom para atingir metas, objetivos e ter um pouco mais de tranquilidade — conta.
Milene diz que tira uma semana de férias em março, para descansar, antes de retomar a rotina dos empregos “de inverno”. Além de manicure, ela diz que trabalha com outros serviços informais e cobre folgas de outras camareiras fixas no mesmo hotel.