As comemorações do dia de Nossa Senhora dos Navegantes, para os católicos, ou de Iemanjá, para as religiões de matriz africana, serão diferentes neste ano no litoral gaúcho por conta da pandemia de coronavírus. Cidades que tradicionalmente promovem as festas estão dando orientações para que não sejam realizados eventos comemorativos no feriado do próximo dia 2 de fevereiro.
Em Imbé, no Litoral Norte, o secretário Municipal de Turismo, Desporto, Indústria e Comércio, Uiraçu Pinto, informou que a festividade está cancelada com as entidades religiosas. Tradicionalmente, o município ajudava as instituições na organização do evento e eram construídas tendas com dações de alimentos. Este ano, porém, por conta de um decreto municipal, estão proibidas festas com recursos financeiros da gestão pública.
— É o momento de todos fazerem a sua parte. Além disso, temos que destinar os recursos para o que é prioridade, que no momento é a saúde — falou o secretário.
Na cidade vizinha, Tramandaí, as homenagens estarão permitidas, mas as festas não. A prefeitura da cidade ainda está definindo as orientações finais.
Em Torres, a prefeitura também informou que não fará nenhuma festividade de Nossa Senhora dos Navegantes. Em outros anos, o poder público concedia espaços para as entidades religiosas fazerem a comemoração na beira-mar. Este ano, não será dado nenhum espaço ou estrutura para o evento, a fim de evitar aglomerações. A prefeitura informou ainda que não estão proibidos homenagens isoladas, porém aglomerações e grandes atos não serão permitidos.
As prefeituras de Capão da Canoa e Xangri-Lá informaram que normalmente não são feitas festas em homenagem à Navegantes, mas informou que fará controle para não haver aglomerações.
Em Cidreira, onde fica a maior estatua de Iemanjá do Estado, a prefeitura não emitirá licença para nenhum vendedor ambulante, seja ele no ramo alimentício ou de artigo religioso. O poder público também não estará autorizando as excursões e irá monitorar, com o apoio da Brigada Militar, o fluxo no santuário. Segundo a prefeitura, as pessoas terão acesso normal ao espaço e as cerimônias religiosas não serão impedidas de acontecer.
No Cassino, festa de Iemanjá será online
No Cassino, a tradicional festa de Iemanjá que acontece entre a madrugada dos dias 1º e 2 de fevereiro será realizada de forma virtual. A celebração será feita através de uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
Nos últimos dias de janeiro, Rio Grande costuma receber dezenas de centros de umbanda de todo o Estado. Muitos ficam acampados em um campo de futebol próximo da imagem de Iemanjá. Neste ano não será possível realizar o acampamento e a recomendação é que os centros não se desloquem até a praia. Durante a live, será feita a apresentação de um documentário, trazendo toda a história a respeito da estátua e das festas de Iemanjá em Rio Grande, além de abordar a cultura que envolve a celebração e as religiões de matriz africana.
O Secretário Especial do Cassino, Sandro Oliveira, também explicou que será permitido que as pessoas se aproximem da estátua para oferendas ou pagar suas promessas. Ainda está sendo preparada uma maneira segura para que isso ocorra, mas ele salientou que haverá uma “janela de 24h quando as pessoas vão poder fazer suas homenagens a Iemanjá, fazer suas oferendas e pagar suas promessas”. Segundo Oliveira, a ideia é criar dois perímetros de isolamento, um mais próximo e outro mais distante da estátua, para evitar aglomerações.
Missas com agendamento em São José do Norte
Em São José do Norte, também no sul do Estado, a procissão marítima e terrestre que acontece anualmente foi cancelada. A cidade promoverá missas durante o dia, que só poderão ser acompanhadas presencialmente por fiéis que fizerem agendamento prévio, para evitar aglomeração. Também haverá transmissão pela internet.