Quem sai de Porto Alegre ou da Região Metropolitana rumo ao Litoral Sul do Estado precisa estar preparado para enfrentar mais de 300 quilômetros de estradas, seja pela BR-116, com obras ao longo do trecho, ou pela RSC/BR-101, que não é duplicada e no seu final exige uma balsa para atravessar a Lagoa dos Patos, entre São José do Norte e Rio Grande. A reportagem de GZH fez o trajeto de 680 quilômetros para conferir como estão as principais vias de acesso à maior praia em extensão no Estado: a do Cassino.
A IDA
Com a nova ponte sobre o Guaíba, os motoristas que vêm do Vale do Sinos não precisam mais ir até a ponte móvel para seguir viagem. Nos primeiros quilômetros da BR-116, entre Porto Alegre e a entrada de Guaíba, o trecho já duplicado permite uma viagem mais tranquila. A estrada deixa de ter duplicação nas proximidades do bairro Pedras Brancas. No km 310, uma cruz datada de 9 de junho de 2019 indica a morte de um homem no local. No mesmo quilômetro, onde as obras de duplicação ainda não avançaram e há uma ponte inacabada sobre um arroio, pelo menos outras duas mortes foram registradas em acidentes de trânsito no ano passado.
Quatro quilômetros à frente, a BR-116 não tem qualquer sinal da nova estrada. E é um trecho com inúmeras curvas, exigindo paciência dos motoristas. No dia em que a reportagem seguia viagem, um caminhão com 30 metros de comprimento e cinco de largura — transportando um grande transformador — tomava também parte da pista contrária. Em pontos onde a pista é simples, como em Guaíba, Barra do Ribeiro e São Lourenço do Sul, ônibus de viagem e outros caminhões que vinham no sentido oposto precisavam usar também o acostamento para não colidir com o grande veículo. E teve quem não respeitasse as sinalizações do trânsito, ultrapassando em locais proibidos e colocando a própria vida e a dos outros motoristas em risco.
Em Pelotas, outra grande obra na rodovia segue a passos largos desde dezembro do ano passado. São os 23,69 quilômetros da trincheira do Contorno de Pelotas, no km 526,5 da BR-116. O trecho faz ligação com o Porto do Rio Grande pela BR-392 e é continuidade da BR-116. Com 95% de execução, os serviços estão direcionados para as intersecções da BR-116 com a avenida Cidade de Lisboa. É preciso atenção redobrada dos motoristas à sinalização atual da via.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), o projeto pretende dar maior mobilidade e prevê que no entroncamento da BR-116 com a avenida Cidade de Lisboa a rodovia seja rebaixada e as laterais ganhem proteção por taludes. Quando as obras estiverem concluídas nesse ponto, o fluxo principal irá operar pela parte inferior, enquanto o movimento de veículos que se deslocam do Passo do Salso em direção ao bairro Fragata será exclusivo pelo trecho superior, no mesmo nível em que o trânsito flui atualmente. As obras de implantação do Contorno de Pelotas têm investimento de R$ 641 milhões, com expectativa de conclusão até o final deste ano.
Ainda segundo o Dnit, dos 211,2 quilômetros em obras na BR-116, 121,9 quilômetros já estão duplicados, representando quase 60% do trecho. A expectativa do órgão é liberar até o final deste ano os 89,3 quilômetros da rodovia que estão em obras entre Guaíba e Pelotas. O Exército, porém, informa que os 35 quilômetros sob sua responsabilidade só deverão ser totalmente concluídos no primeiro semestre de 2022.
Depois de sair da BR-116, os motoristas ainda têm 60 quilômetros até Rio Grande pela BR-392. Para chegar à cidade do Litoral Sul, indo de Porto Alegre pela BR-116, o motorista passa por três pedágios.
- Pedágios:
Em cada um dos três pedágios na ida e na volta, o automóvel de passeio paga R$ 12,30. Carro com semirreboque paga R$ 18,50, e veículo com reboque, R$ 24,70.
A VOLTA
Para deixar Rio Grande via BR/RSC-101 é preciso, antes, cruzar a Lagoa dos Patos. Recomenda-se chegar com antecedência ao ponto de embarque das balsas oferecidas por duas empresas privadas. As saídas durante a semana costumam ocorrer de hora em hora, mas é preciso conferir com antecedência. Uma delas oferece o pagamento antecipado online por meio de aplicativo – o que agiliza a entrada do veículo, sem precisar esperar na fila, mas acaba causando constrangimentos entre os motoristas que, ao desconhecerem esta possibilidade, entendem que a fila de espera está sendo burlada no local.
A equipe de reportagem precisou aguardar mais de duas horas para embarcar na balsa das 12h. A travessia durou cerca de 30 minutos. No veículo, caminhões com toras de madeira e contêineres lotados dividiam espaço com veículos de uso doméstico.
Os primeiros 40 quilômetros da BR-101, sob os cuidados do governo federal, podem ser considerados um tapete, tamanho o cuidado e a sinalização em excelentes condições. Os problemas começam a surgir – apesar de serem poucos, se comparados com a BR-116 – a partir da Barra do Estreito, em São José do Norte, quando ela passa a ser responsabilidade do Estado e se torna uma rodovia estadual coincidente, que existente sob jurisdição estadual, cujo traçado coincide com a diretriz, definida pelos pontos de passagem, de uma rodovia federal planejada, constante do Sistema Nacional de Viação. Foi o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) que construiu os trechos da rodovia RSC-101 de Osório até o Estreito.
No km 318, sentido São José do Norte-Tavares, uma cratera de 1,5 metro de profundidade nas margens da rodovia pode ser um grande problema aos mais desatentos. É preciso desviar entrando na pista contrária, que não tem acostamento. Em outro ponto, no km 292, outro buraco do mesmo tipo foi coberto por areia pelos próprios moradores, mas é capaz de dar um susto no motorista mais veloz.
Em Mostardas, no km 255, são as ondulações na estrada que prejudicam o trajeto. E próximo à localidade de São Simão faltam sinalizações nas margens e até no asfalto.
Conforme o Daer, está sendo programada uma intervenção em breve na rodovia. A empresa responsável pelo contrato de conserva da 7ª Superintendência Regional de Pelotas, que atende a região de São José do Norte, está realizando os levantamentos nas rodovias para verificar as intervenções necessárias. Quanto à sinalização, explica o Daer, existe a horizontal. Já as placas dependem da ativação do contrato de sinalização da Superintendência. No trecho de Mostardas, que pertence à 16ª Superintendência Regional de Osório, periodicamente são feitas operações tapa-buracos para melhorar as condições de trafegabilidade.
Para seguir até Porto Alegre, o motorista deixa a RSC-101 em Capivari do Sul e segue pela RS-040, onde há um pedágio em Viamão, até a Capital.
Balsa (Rio Grande-São José do Norte):
- Empresa Responsável 1: F. Andreis
E-mail: fandreis@fandreis.com
Telefones: (53) 3232-1500 | (53) 3231-1099 |(53) 99975-4028 - Empresa Responsável 2: Becker Transportes
E-mail: becker@beckertransportes.org
Telefone: (53) 99925-8074
Pedágio (Viamão):
- Veículos de passeio e utilitários com dois eixos pagam R$ 7, na ida e na volta