— Bombeiro não trabalha sozinho.
A frase de Tairo Sperling Santana resume a ligação de três irmãos que decidiram seguir o mesmo caminho profissional, no Corpo de Bombeiros Militar. Sólon Sperling Santana, 31 anos, e Tairo, 24, são bombeiros militares de carreira e guarda-vidas. Joan Sperling Santana, 21 anos, o caçula, é bombeiro militar temporário. Além de dividirem a mesma paixão, neste ano, os irmãos compartilham a mesma guarita em Capão da Canoa.
Sólon, da Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS), e Tairo, do 1º Batalhão de Porto Alegre — Pelotão Floresta, atuam na Operação Verão e são dupla de guarita. Joan, temporário lotado no 1º Batalhão de Porto Alegre — Pelotão Aeroporto, vai para o Litoral nas folgas curtir o mar e treinar com os irmãos. Tairo conta que, sempre ao final do turno, eles fazem treinamento no mar, simulação de salvamento, retirada da vítima e algumas vezes entram no mar para nadar e treinar resistência:
— Joan vem para aproveitar o mar, para treinar. Eu e Sólon estamos de serviço na guarita e ele fica aqui, sempre pronto para apoiar um salvamento se for preciso, pois é bombeiro e tem treinamento para isto.
Os três têm mais dois irmãos: Teromar, gêmeo de Sólon, e Luana, 18 anos. Teromar é técnico em enfermagem e admira a profissão de guarda-vidas. Quando pode, treina no mar com os três irmãos. Tairo diz que eles incentivam a irmã a cursar Direito e estudar para fazer o concurso para oficial do Corpo de Bombeiros e entrar como capitã na instituição.
— Ela tem essa vontade, admira a profissão e, quem sabe futuramente, será mais uma bombeira? — orgulha-se.
Orgulho e paixão pelo trabalho
Sólon, o primeiro a ingressar no Corpo de Bombeiros, atua em Capão da Canoa desde 2015. Tairo ingressou em 2016, incentivado por Sólon.
— Há uma irmandade entre os bombeiros. O orgulho e paixão pela missão de salvar vidas me motivaram a fazer parte desse meio — disse Tairo.
Sólon lembra que sempre incentivou os irmãos a estudarem e, quando eles iam visitá-lo na praia, ensinava como entrar no mar, quais os cuidados que se deve ter, além de ajudar no treinamento físico:
— Para nós, é uma diversão, um treino de entrada e saída do mar acaba sendo uma brincadeira, mas sempre com segurança e responsabilidade, sempre entramos com o flutuador de resgate.
Como Joan comentava com os irmãos que queria ser bombeiro e que se inspirava neles, em 2018, Tairo e Sólon o incentivaram a prestar o concurso para bombeiro militar temporário. No ano passado, Tairo chegou a trabalhar dois meses no Pelotão Aeroporto, onde Joan atua e algumas vezes, inclusive, fez plantão com o irmão.
— Na nossa profissão, sempre tem alguém ao lado em quem confiar, então, tu olhar para o lado e ver teu irmão, sabendo que é ele que está ali contigo, traz grande confiança — diz Tairo.
Comandante da 2ª Companhia de Guarda-Vidas de Capão da Canoa, o capitão Reinaldo Andres Marques da Silva comenta que ter familiares atuando juntos traz bons reflexos:
— Uma instituição, uma empresa, seja pública ou privada, se faz não só pelas suas atividades, mas por aqueles que a integram, então, se temos três integrantes da mesma família, a instituição ganha triplamente os valores dessa família, que agregam ao valores institucionais.