Junto com usar roupa branca e pular sete ondinhas, esquecer o lixo na beira da praia parece ser uma das tradições mais fortes no Réveillon no litoral gaúcho. Ao amanhecer, o novo ano encontrou as areias e a orla de Capão de Canoa cheias de garrafas de espumante, copos, latinhas de cerveja e mais muita sujeira.
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Uma equipe da prefeitura, com cerca de 30 funcionários, começou a limpeza na areia junto à imagem de Iemanjá por volta das 4h30min, e, pouco antes das 7h, alcançava o ponto junto ao Largo do Baronda. A operação contou com uma retroescavadeira e duas máquinas carregadeiras – os funcionários colocavam o lixo dentro da concha das máquinas, que o despejavam na caçamba de caminhões.
– Muito sujo... Deus me livre – exclamou o chefe da equipe, César de Lima Titoni.
Já o calçadão, onde ocorreu o espetáculo com show da banda de pagode Só Pra Contrariar, permanecia coberto de lixo. A limpeza do local deve ocorrer durante o dia. O cabeleireiro aposentado Hélio de Quadros, 64 anos, morador de Capão, foi fazer a sua habitual caminhada de manhã e ficou desolado.
– Fico muito triste. Andar pela orla dá pavor. Vão levar uns dois dias para limpar isso – apostou, queixando-se de gente que quebrou garrafas de vidro e deixou os pedaços espalhados pela areia.
Mas se tem gente que lamenta, também tem gente que comemora o mar de lixo. O manobrista Maicon Alves dos Santos, 32 anos, veio especialmente de São Jerônimo com a família para catar latinhas. Recolheu três sacos gigantes do material, que estimava valerem cerca de R$ 600.