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O que define um estabelecimento de luxo? Essa pergunta surgiu em uma discussão na rede social X nesta semana, enquanto usuários debatiam se o Outback Steakhouse era considerado um local popular ou de ostentação. De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Rio Grande do Sul, Fernanda Tarton, há uma série de classificações para os restaurantes.
Estabelecimentos gastronômicos podem ser divididos entre bistrôs (pequenos e com cardápios sazonais), cafés, étnicos (com culinária de países específicos), de fast food (comidas preparadas rapidamente), de comida caseira ou buffet, por exemplo.
— São nichos que existem. E, dentre eles, temos essas classificações. Têm aqueles que são populares e aqueles que são de luxo. Pode existir uma casa de massas italiana popular, onde é mais rapidinha e usam coxão mole, e uma de luxo, onde a pessoa pode sentar e aproveitar e têm ingredientes como trufas e filés — exemplifica a especialista.
Além de luxo e popular, Fernanda inclui na lista os restaurantes de casual dining, que são o meio-termo. Podem oferecer um ambiente mais aconchegante e decorado do que um local mais simples, mas sem a formalidade de um estabelecimento de alta gastronomia. A presidente da Abrasel no RS ressalta que essas classificações não são oficiais, mas sim baseadas nas percepções dos consumidores.
O que define cada restaurante?
Características como ambiente, atendimento, qualidade dos ingredientes, localização e cardápio influenciam na avaliação de um restaurante. Outros fatores como a exclusividade e a duração da visita ao local também podem impactar na sensação que a experiência passa ao cliente.
— Em um restaurante de luxo, tu tens um ambiente mais sofisticado, com pratos, talheres e taças sofisticadas, com música agradável, sem muito barulho, onde tu podes fazer uma reserva e comer com mais calma. Em um popular, tu tens um ambiente um pouco mais simples, funcional, com uma decoração mais básica, cadeiras não tão confortáveis e um fluxo maior de pessoas no restaurante — acrescenta Fernanda.
O preço, garante Fernanda, nem sempre é um aspecto decisivo. Restaurantes de luxo costumam ter valores mais altos, normalmente associados à exclusividade e ao alto custo para manter profissionais de renome e manutenção das estruturas. Por outro lado, restaurantes populares podem cobrar mais caro pelos pratos sem oferecer uma experiência sofisticada.
Estrelas Michelin
Criado em 1900 pelos irmãos André e Édouard Michelin, o Guia Michelin tinha como intuito estimular as pessoas a viajarem de carro. Vinha com dicas de como trocar pneus, mapas rodoviários e listas de hotéis e restaurantes. Em 1926, as estrelas passaram a fazer parte da publicação.
Uma estrela é designada a um restaurante de elevado nível, com produtos de qualidade e execução com graus de refinamento, que vale a pena conhecer. Duas estrelas são concedidas para uma cozinha com grau de excelência e que vale um desvio. Três estrelas vão para os restaurantes que possuem uma cozinha praticamente perfeita e que valem a pena uma viagem específica para se conhecer.
— Podemos considerar os restaurantes com estrelas Michelin como de luxo. Os requisitos para ter uma estrela elevam esses locais ao patamar de luxo. Normalmente são estabelecimentos em que é necessário fazer reserva antecipadamente, tem atendimento personalizado e uma comida diferenciada — ressalta Fernanda, presidente da Abrasel no RS.