Morreu neste sábado (18), aos 60 anos, o filósofo e jornalista Marco Aurélio Weissheimer. Weissheimer é um dos fundadores do jornal Sul21 e atuou em outras redações do Estado ao longo de seus 40 anos de profissão.
Desde 2012, entre remissões e recidivas, ele lutava contra um câncer do tipo melanoma. A doença voltou a se agravar em 2019. Em 18 de dezembro de 2024, Weissheimer precisou ser internado no Hospital Conceição, onde veio a falecer um mês depois.
— Ele se manteve esperançoso até o último instante — conta a jornalista Adriana Franciosi, ex-companheira e amiga de Weissheimer há quatro décadas. — Nos últimos três anos, ele se tornou instrutor de yoga. Era alguém que se dedicava e se aprofundava muito em tudo o que fazia. Queria aprender sânscrito e fazer uma viagem para o Nepal. Ou seja, tinha planos, tinha esperanças de que conseguiria vencer o câncer. Quando estava com a família e os amigos, falava somente em viver.
Natural de Caxias do Sul, Weissheimer iniciou sua trajetória no jornalismo aos 20 anos, como repórter do jornal O Nacional, de Passo Fundo. Ao longo da carreira, foi gerente de redação do jornal NH, de Novo Hamburgo; editor-chefe da agência Carta Maior e criador do blog político RS Urgente.
Weissheimer integrou a comunicação de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e foi colunista de periódicos sindicais, a exemplo do Extra Classe, do Sindicato dos Professores do RS (Sinpro-RS). Em 2010, ajudou a fundar o jornal Sul21, onde atuava como editor e repórter especial.
Weissheimer também formou-se em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e realizou mestrado na área pela École Normale Supérieure, em Paris, na França. É autor dos livros Bolsa Família - Avanços, limites e possibilidades do programa que está transformando a vida de milhões de famílias no Brasil (2006) e Governar na Crise - Um olhar sobre o governo Tarso Genro (2017).
— Ele é reconhecido junto aos movimentos sociais, porque sempre teve um jornalismo independente e comprometido. Era mais que um jornalista e um filósofo, era um cara incrível, generoso, tolerante, que conversava com todos com muito respeito. Estava anos-luz à frente do seu tempo — comenta Adriana.
O velório de Weissheimer ocorre neste domingo (19), das 13h às 17h30min, na capela seis do Angelus Memorial e Crematório, em Porto Alegre. Além dos amigos, o jornalista e filósofo deixa a esposa, Katarina Peixoto, a mãe, Nelci Weissheimer, e dois irmãos.