O juiz de direito Felipe Keunecke de Oliveira morreu aos 60 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas. O magistrado estava internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O velório será realizado nesta sexta-feira (14), na sala 01 do Crematório Metropolitano, em Porto Alegre, do meio-dia às 18h.
Nascido em 1º de novembro de 1962, na capital gaúcha, Keunecke se formou em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em 1985. Foi professor do Centro Universitário Franciscano (Unifra), atualmente chamado de Universidade Franciscana (UFN), em Santa Maria, e da Fundação Attila Taborda – Universidade da Região da Campanha (Urcamp).
Com quase três décadas de magistratura, era conhecido como um juiz “linha-dura”, que emitia sentenças pesadas. Sua carreira como juiz de direito começou em 1994, nas comarcas de Porto Xavier e Uruguaiana. Também passou por Santa Maria e Sarandi, antes de retornar a Porto Alegre.
Em 2019, foi convocado para atuar no Tribunal de Justiça (TJ), onde permaneceu até julho deste ano. A aposentadoria de Keunecke havia sido publicada na quarta-feira (12).
Antes de ingressar na Justiça, foi advogado, atuando em mais de 130 júris.
Gremista, Keunecke costumava frequentar jogos do time do coração na Arena. Em 2018, foi ameaçado de morte por uma facção criminosa e só saía de sua residência, em Porto Alegre, para trabalhar. À época, ele e a família tiveram que usar carros blindados e eram acompanhados por seguranças 24 horas.
A juíza Cristiane Zardo conta que conheceu Keunecke quando entrou na magistratura, em 1997, nos encontros de magistrado no Interior. Além disso, os dois dividiram a jurisdição na 2ª Vara do Júri durante sete anos. Cristiane destaca que o juiz era um homem leal e cheio de vida, que deixa um exemplo de seriedade e de coleguismo.
— Pude acompanhar o magistrado comprometido e sério que ele foi, a pessoa que cativava a todos ao seu redor, o respeito que tinha por parte dos funcionários, advogados, Ministério Público, defensores públicos e as partes que jurisdicionava. O carinho que ele conquistou dos colegas, funcionários e de todos que conviveram com ele. Um juiz que vai fazer falta para o Judiciário e um amigo que vai fazer falta para os seus — salienta.
O magistrado deixa a esposa, Jeanine Filippe Keunecke de Oliveira, e quatro filhos.
Confira a nota completa enviada pelo Tribunal de Justiça (TJ):
Nota de falecimento
Comunicamos o falecimento do Juiz de Direito Felipe Keunecke de Oliveira, em decorrência de um câncer. Os atos fúnebres serão realizados entre 12h e 18h desta sexta-feira (14/7), na sala 01 do Crematório Metropolitano, em Porto Alegre.
Currículo
Felipe Keunecke de Oliveira ingressou na magistratura em 1994, atuando como Juiz de Direito Substituto de entrância inicial nas Comarcas de Porto Xavier e Uruguaiana. Foi promovido, por merecimento, para a 2ª Vara Cível de Santa Maria, de Entrância Intermediária, em 1997.Removido por permuta, a pedido, na 3ª Vara Criminal de Santa Maria, em 1998. Promovido, por merecimento, para o cargo de Substituto de Entrância Final, em 2002. Em 2003, foi classificado para 1ª Vara Criminal do Foro Regional do Sarandi. Após, em 2008, atuou no 1º Juizado, da 2ª Vara do Júri de Porto Alegre. A partir de 2019 passou a jurisdicionar na 11ª Vara Criminal. Foi convocado para atuar no TJ em 2019 atuando até julho deste ano. Sua aposentadoria foi publicada no último dia 12/07.