Comentários preconceituosos sobre pessoas gordas estão presente na rotina de 92% dos brasileiros, indica a pesquisa Skol Diálogos, encomendada pela Ambev-Skol ao Ibope. Apesar disso, apenas 10% daqueles que se declaram preconceituosos assumem que são gordofóbicos. Outros 8% reconhecem que têm preconceito estético com outros aspectos da aparência física das pessoas.
Entre as pessoas que não se reconhecem preconceituosas, 89% admitem que já falaram ou ouviram alguém dizer a frase "ele(a) é bonito(a), mas é gordinho(a)", como se o sobrepeso "não combinasse" com ser bonito ou bonita.
A palavra "gordice" também é proliferada como algo negativo. Tanto que 62% dos ouvidos revelam que já ouviram a frase: "gordo só faz gordice".
Na região sul do país, 29% das pessoas ouvidas já fizeram comentários de preconceito estético, como a gordofobia. A frase "ele(a) é bonito(a), mas é gordinho(a)" foi dita por 22% dos entrevistados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O estudo baseou-se em quatro tipos de preconceito mascarados por frases usuais: machismo, racismo, homofobia e gordofobia. O objetivo é propor uma reflexão sobre as atitudes e comentários que podem gerar afastamento entre as pessoas.
O levantamento ouviu 2.002 pessoas entre os dias 21 de 26 de setembro, a partir de entrevistas pessoais e domiciliares. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.