A Central de Transplantes do Rio Grande do Sul comemora um dado histórico no ano de 2016: o número de doadores de órgãos chegou a 284, o que significa quase 40 a mais do que em 2015, quando houve 245 doadores. A elevação é a mais alta da história e, assim, o Estado é o maior em número de transplantes, proporcional à população, perdendo apenas para o Distrito Federal. No Brasil, foram 3 mil doadores no ano passado. As informações são da Rádio Gaúcha.
O que impede este número de crescer ainda mais é que, conforme os dados de 2016, 43% das famílias do RS rejeitaram a doação depois que foram informadas sobre a morte cerebral do parente. As 24 equipes que atuam no Estado trabalham com a sensibilização das famílias, já que a resposta precisa ser dada em algumas horas para que os órgãos permaneçam viáveis para o transplante. Mesmo assim, ainda há rejeição.
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O coordenador da Central de Transplantes do Estado, Cristiano Franke, afirma que o trabalho é delicado e que, mesmo com a alta taxa de rejeição, os números estão mudando aos poucos devido ao trabalho das equipes. Para isso, é importante que a família saiba que o parente que ser doador:
– Às vezes, as pessoas dizem que seu familiar faleceu, mas nunca havia dito nada sobre ser ou não doador. Por isso a informação é importante: dizer para a esposa, marido, pais ou filhos que quer se doador, porque, se algo aconteceu, quem vai decidir sobre a doação é a sua família – alerta.
Cada doador doa, em média, três órgãos. Em 2016, foram 786 órgãos transplantados, entre doadores vivos e mortos.
Já a fila de espera no RS segue em torno de 1,4 mil pessoas, que aguardam por órgãos ou tecidos. O número é pequeno se comparado aos número do Brasil: no país, 40 mil aguardam a doação.
Ouça a entrevista com Cristiano Franke: