Fogão à lenha na potência máxima, roupas pesadas, pinhão na chapa e chimarrão feito na hora são companheiros inseparáveis de quem vive nas regiões mais frias do Estado.
Nesta quinta-feira, enquanto os termômetros de rua oscilavam entre -2ºC e -1ºC em São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, o pecuarista Paulo Nunes Souza, 47 anos, a dona de casa Silvana Constantino, 44 anos, e a filha Sara, dez anos, buscavam se aquecer em casa, na área central da cidade de 3,4 mil habitantes. Cortar lenha é um hábito comum para Paulo. Tanto que há cinco armários repletos de tocos de madeira prontos para uso diário.
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Para suportar o período de dias e noites com temperaturas abaixo dos 5ºC, a família consome até 60kg de lenha por dia.Todos os dias, Paulo acorda antes das 7h para lidar com o gado no campo, inclusive, enfrentando geada e até neve, como na que ocorreu em 2013.
Paulo revela que os animais são os que mais sofrem. Proprietário de 115 cabeças de gado, só em abril deste ano perdeu duas vacas para o frio. Mas o homem não arrepia. Pelo contrário, até brinca com os turistas que reclamam quando está 10ºC na cidade.
– Para ser frio mesmo precisa estar abaixo de 1ºC. O que vier depois disso é só friaca. Avisa lá em Porto Alegre! – fala, aos risos – Agora, estamos apenas no aquecimento para o que virá pela frente – completa Paulo.
Silvana não concorda com o marido. Para ela, o clima de inverno que perdura entre abril e setembro atrapalha até na hora de dormir.
– Antes das 21h já temos que estar na cama porque não dá para aguentar – reclama.
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