- Quem não me conhece acha que vendi todas as minhas joias, mas não. Vendi cerca de um terço delas. Fiquei com mais de 80 peças. É o suficiente para qualquer um. E a coleção cresceu desde então - disse ela em uma entrevista recente por telefone de seu apartamento de Nova York.
Barbara disse que agora tem 103 peças. Elas contam a história de seu casamento de 52 anos com o produtor de cinema Robert Bradford, que lhe deu a maior parte da sua coleção. Há itens da Tiffany, Cartier e Harry Winston, além de David Morris em Londres, Verdura, Claire Richter e Tambetti desenhadas por Dvora. Outras criações deslumbrantes foram descobertas no Rio de Janeiro, em Istambul e em Capri.
- Ele tem muito bom gosto e olhar apurado porque foi produtor de cinema a vida toda.
Ela ganhava presentes em seu aniversário e nos de casamento, para comemorar o fim de um livro ou de um filme que ele fazia (filmou 10 de seus romances, alguns para a televisão), ou só porque algo chamava sua atenção.
Um par de brincos de esmeralda com gotas de água-marinha da Verdura chegou no dia 10 de maio, seu aniversário. - Foi uma surpresa total. Adoramos a extraordinária combinação de verde e azul - disse ela.
Outra peça favorita é seu anel de noivado de brilhante e safira azul da Richter's da Quinta Avenida, Nova York. - É muito parecido com o anel que Kate, a duquesa de Cambridge, usa e que pertenceu à princesa Diana, mas Bob comprou o meu há quase 40 anos, porque achava que o outro que eu tinha era muito pequeno.
Barbara tem 82 anos, mas a pele impecável, o cabelo bem arrumado e os olhos azuis cintilantes escondem sua idade. - Amo minhas joias e gosto de usá-las. Como gosto de roupas mais simples, enfeito-as com um broche, contas ou pérolas.
O amor que ela tem por esses adereços vem de sua infância em Yorkshire, na Inglaterra.
- Quando eu tinha uns 18 anos, meu pai, Winston Taylor, me deu meu primeiro colar de pérolas de um joalheiro em Leeds, onde morávamos. Depois, me deu um anel de opala. Quando eu estava com uns 21 anos, me deu uns brincos delicados com brilhantes minúsculos, uma corrente e uma opala em formato de pera.
Barbara, que como sempre especifica, começou a estudar jornalismo quando tinha 15 anos e meio, trabalhava então na Fleet Street, em Londres. - Infelizmente, fui assaltada e levaram tudo. Desde então tomo muito cuidado. Tenho cofres em casa e quando preciso de algo importante, pego do banco.
Ela também comprou algumas coisas para si mesma. - Pulseiras de prata e contas azuis muito bonitas, porque uso muito azul claro.
Bradford logo entrou em cena. - A primeira coisa que Bob me deu foi um colar de pérolas. Os homens sempre compraram minhas joias, embora tenham sido apenas dois, meu pai e Bob.
Suas peças incluem um colar de pérolas de várias voltas e uma pulseira de brilhantes de Capri; um colar de pérolas rosa com um pingente de kunzita, combinando com o anel de pérola e brilhante; pérolas douradas; um broche da Verdura Lily of the Valley, com articulações florais de pérolas que balançam em uma folha verde esmaltada.
- As pérolas se tornaram minha marca registrada. Quando tenho um evento como um almoço ou chá com o autor, sempre uso um colar que Bob comprou da Claire há anos. Se não, os fãs dizem, 'Onde estão as pérolas?'.
Desde o primeiro "Uma Mulher de Fibra" em 1979, seus livros venderam aproximadamente 88 milhões de cópias no mundo inteiro. Foram publicados em 40 idiomas e em 90 países.
Inspirado em um trecho da obra de 1986, "Força de Vontade", quando a heroína é aconselhada a comprar um papagaio porque "não é preciso levar para passear", Bradford lhe deu seu querido broche de papagaio de ouro, rubi e diamante. Quando o presenteou, ele brincou dizendo que também não precisava levar para passear.
Quando decidiu leiloar algumas peças que já não usava na Bonhams, em Londres - elas foram vendidas em 38 minutos. Consegui um pouco menos de um milhão (de libras)". (O valor chegou a 1,2 milhão de libras, ou quase US$ 2 milhões na época.)
Várias joias de Barbara apareceram em sua obra. Uma pulseira de safiras e brilhantes inspirou o presente de noivado que Lady Daphne ganhou de Hugo em Cavendon Hall; uma pulseira semelhante, de brilhantes e rubis, foi roubada por Felicity, a condessa de The Cavendon Women, seu livro mais recente, onde as joias da família, muitas inspiradas nas suas próprias, são peças importantes da trama.
Seu Bird on a Rock de brilhante e topázio da Tiffany e um broche de borboleta de ébano e brilhantes de Alberto e Lina, aparecerão em The Cavendon Luck, o terceiro volume da saga que ela escreve agora. - Aprendi muito sobre joias esses anos todos. As mulheres gostam de vê-las nos livros, as joias e as minhas cenas de amor.
- As joias estão ligadas às emoções. Acho que as mulheres gostam de uma peça por causa de quem deu, há quanto tempo elas a têm, o amor e as memórias de alguém querido. O pequeno relógio Cartier, o anel de safira azul, as pérolas e meu papagaio: essas são as peças que eu nunca venderia.