A edição de 2015 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que divulgou a lista de selecionados nesta segunda-feira, chamou a atenção pelo alto número de candidatos por vaga em cursos de institutos e universidades desconhecidos. Essa disputa acabou elevando a chamada nota de corte (pontuação mínima para ingresso em cada instituição, calculada sobre a média dos demais concorrentes) de cursos pouco mencionados até então.
O curso com maior número de inscritos foi Arquitetura e Urbanismo no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. As instituições com maior número de candidatos para medicina foram Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Federal do Acre (que obteve conceito de apenas 1,95 na última pesquisa do Inep, que vai de 0 a 5).
- Muitos candidatos que estão tentando ingresso pela terceira ou quarta vez costumam procurar instituições que tiveram notas de corte relativamente baixas nos anos anteriores. Mas essa migração acaba elevando as médias e tornando esses cursos extremamente disputados - explica Paulinho Espíndola, professor de biologia no Universitário.
É um fenômeno visto nas edições anteriores do Sisu, e que se acentuou neste ano. Como em uma bolsa de valores, em que ações mais baratas atraem tantos investidores que acabam se valorizando, as notas baixas em um ano atraem um volume tão grande de concorrentes a certas universidades que as médias vão às alturas.
