Era lá pelo amanhecer dos anos de 1970 quando Jerry Adriani chamou Raulzito para cantarem só os dois, sentados na sala, de violão em punho, sem sonhos nem ilusões. Não precisavam mais disso. O baiano Raul já havia chegado ao Rio para fincar as vigas de sua seita e o paulista Jerry não andava mais nas ruas com a tranquilidade dos anônimos. Ali, lado a lado, como compadres que eram, Jerry só queria de Raul a beleza da verdade do instante, a força das primeiras ideias. Era manhã. Raul deu mais um gole na vodca e chorou. Chorou e depois riu e depois chorou de novo. Estava bêbado. Não tocou nada, mas disse, mais com o hálito do que com palavras, que Raulzito se transformava perigosamente em Raul Seixas.
Dobradinha
Aos 70 anos, Jerry Adriani lança autobiografia e disco com canções de Raul Seixas
Livro está sendo finalizado com a ajuda do produtor e pesquisador Marcelo Fróes e tem lançamento previsto para ainda este ano
Estadão Conteúdo