O bom espaço interno, o conforto e o comportamento valorizam a proposta familiar do C3 Aircross Shine. O conjunto propulsor com motor turbo e o câmbio automático garante bom desempenho ao utilitário esportivo da Citroën. Rodamos 500 quilômetros pelas cidades e estradas gaúchas com a versão topo de linha Citroën C3 Shine Turbo 200 AT que tem preço sugerido de R$ 129.990.
O C3 Aircross foi desenvolvido pela engenharia da Stellantis no Brasil com o conceito de compatibilizar as necessidades de um utilitário esportivo familiar sem comprometer o preço. Objetivo provado pelo conforto, espaço e o desempenho conciliado com a simplicidade em detalhes que remetem ao irmão, o hatch compacto C3.
Montado sobre a arquitetura CMP da Stellantis, o C3 Aircross é produzido em Porto Real (RJ) e destinado aos países da América do Sul. Mais de 75% de seus componentes são fabricados na região.
O design do novo Aircross remete à identidade visual da Citroën. O para-choque avançado em preto brilhante e a placa de proteção cinza contrastam com a cor da carroceria. O conjunto óptico com faróis e luzes diurnas (DRL) em LEDs são ligados às barras cromadas da grade com o duplo Chevron no centro.
Os para-lamas alargados, os arcos, as portas e as rodas diamantadas de 17 polegadas com pneus 215/60 R17 e as barras longitudinais no teto destacam o visual robusto e remetem a um veículo maior.
As lanternas em forma de C invadem as laterais e são ligadas por uma barra em preto brilhante na tampa do porta-malas. O aerofólio também em preto brilhante, o para-choque preto e a placa de proteção cinza completam o conjunto.
Com 4m32cm de comprimento, 1m72cm de largura e 1m67cm de altura, a distância entre eixos é de 2m67cm. A ampla abertura e o piso baixo facilitam a colocação e retirada de objetos no porta-malas de 493 litros.
Interior e propulsão
O interior é personalizado pelos bancos e revestimento em tecido, couro e plástico. O quadro de instrumentos digital TFT de sete polegadas é personalizável por toque em um botão no volante. São seis telas e duas opções de cores com diferentes parâmetros do veículo incluindo a melhor economia de combustível.
O multimídia Citroën Connect Touchscreen com tela de 10 polegadas sensível ao toque e comando de voz, é interativo com Android Auto, Apple Carplay e aplicativos sem fio. O sistema tem até quatro conexões USB para os passageiros da primeira e segunda fileiras de bancos.
Direção com assistência elétrica progressiva, o Aircross traz controle eletrônico de velocidade com limitador integrado, airbags frontais e laterais, controle de estabilidade, assistentes de partida em rampa e de frenagem de emergência, câmera e sensor de ré, ar-condicionado manual e monitoramento da pressão dos pneus, entre outros.
O C3 Aircross compartilha o motor de três cilindros Turbo 200 com os Fiat Pulse, Fastback e Strada e com o Peugeot 203. Com de 125 cv (gasolina) a 130 cv (etanol) e força (torque) de 20,4 kgfm, o propulsor atua com o câmbio automático continuo variável (CVT) simula sete velocidades. Os três modos de condução incluem a troca sequencial de marchas pela alavanca do câmbio.
Asfalto, paralelepípedo e terra
C3 Aircross Shine provou seu conforto, dirigibilidade e o desempenho nos dois test-drives realizados. O primeiro, entre a Praia do Forte e a Barra do Sauípe, na Bahia, e depois nas cidades e estradas gaúcha. Foram mais de 500 quilômetros com destaque para o generoso espaço e o bom conjunto propulsor.
O comportamento do Citroën foi típico de um utilitário esportivo familiar em que o espaço é fundamental. O conforto e o desempenho compensam o acabamento simples com predominância do plástico e os poucos recursos eletrônicos de apoio à condução.
Nas ruas e estradas sobrou potência e força ao conjunto propulsor. Rápido na cidade, em especial as arrancadas e retomadas de velocidade. A direção elétrica facilitou a condução no trânsito pesado e as manobras de estacionamento, principalmente em espaços reduzidos.
O Aircross acompanhou fácil o fluxo nas rodovias como na BR/101 entre Porto Alegre e Osório e na RS/407, a Estrada do Mar, que liga o litoral norte gaúcho. Em certos trechos da autoestrada foi preciso cuidado para manter os limites de velocidade.
O interior acomodou bem condutor e acompanhante na frente e três adultos no banco traseiro, que conta com duas entradas USB-A. Com menor conforto para o ocupante do assento do meio, também faltou saída do ar-condicionado.
A posição elevada de dirigir, facilitou a visibilidade externa e interna do quadro de instrumentos e do multimídia intuitivo com comandos de diversas funções. Na estrada, em viagens mais longas, faltou o ajuste em profundidade da coluna de direção, que permitiria melhor posição ao condutor.
As acelerações e retomadas de velocidade foram rápidas com ultrapassagens seguras nos trechos de maior movimento. Rodamos a maior parte do percurso no modelo normal sem a necessidade de acionar o modo sport que leva o motor à rotações mais altas e deixa a aceleração mais rápida. Câmbio CVT distribuiu bem a potência e a força na tração dianteira.
A suspensão bem calibrada remeteu mais ao conforto de um sedã do que o de um utilitário esportivo. Macia, absorveu bem as irregularidades do pavimento sem comprometer a estabilidade dentro dos limites de velocidade de 80 km/h.
Na estrada, em velocidades mais elevadas, a rolagem da carroceria foi mínima para um utilitário esportivo e, no paralelepípedo e na terra batida, reduziu a vibração. O nível de ruído interno foi mínimo nas velocidades mais baixas.
O utilitário esportivo, segundo a Citroën, acelera de 0 a 100 em 9,7 segundos e chega a velocidade máxima de 191 km/h. O consumo pelo Inmetro é de 10,6 km/litro na cidade e 12 km/litro na estrada com gasolina, e 7,4 km/l e 8,6 km/litro com etanol.
No nosso teste, sempre com gasolina e poucas vezes no modo Sport, foram de 8,9 km/l a 11,6 km/l na cidade acompanhando o fluxo de trânsito. Na estrada, em velocidade constante ficaram de 12,1 km/l a 15,8 km/l, a 80 km/h, e de 11,3 km/l a 14, 9 km/l a 110 km/h.
Conclusão
O bom espaço interno, o conforto, o comportamento e o amplo porta-malas valorizam a proposta familiar do C3 Aircross Shine. O conjunto propulsor com motor turbo e o câmbio automático tipo CVT garante desempenho adequado ao utilitário esportivo Citroën que merecia mais recursos eletrônicos de apoio à condução.
O quadro de instrumentos e o sistema multimidia interativo com Android Auto, Apple Carplay e aplicativos sem fio contrastam com o revestimento simples e muito plástico.
Como sempre, na decisão de compra, é importante avaliar o uso e o custo-benefício do C3 Aircross Shine em relação às demais versões irmãs de menor preço. Também em relação aos concorrentes do seu segmento principalmente em relação ao custo e o que oferecem.