Em meio à discussão de quem será o técnico da Seleção Brasileira, o nome de Abel Ferreira foi citado na concentração em Doha. Houve até quem dissesse que viu o português já vestido de brasileiro no Hotel Westin. Tudo isso é responsabilidade de Thiago Lopes, carioca de 44 anos que mora em São Paulo e que está no Catar para torcer na Copa. Ele é muito parecido com o treinador do Palmeiras e já está acostumado com a confusão, especialmente em São Paulo, onde mora.
— Já me confundiram em locais públicos e preciso falar para ouvirem que não tenho o sotaque. Num dia desses, o motorista de um táxi não acreditou e insistiu em falar de futebol — conta.
O detalhe é que o falso Abel Ferreira nem palmeirense é. Torce para o Flamengo. Enrolado na bandeira do Brasil ele visitou a concentração da Seleção para encontrar amigos.
Festerê Brazuca
O Espaço 900, em Doha, foi uma grande festa brasileira na tarde de quinta-feira (24). Numa área de mais de 10 mil m² de um estacionamento anexo ao Hotel Intercontinental, empresas brasileiras e o Movimento Verde e Amarelo criaram um ambiente de concentração para a estreia brasileira no mundial. Foram mais de 2 mil torcedores reunidos com muita música, batucada, ilhas de alimentação com food trucks e, principalmente, cerveja.
Os criadores do local, até pela vinculação ao hotel, tiveram a autorização para a venda e o consumo de bebida alcoólica sem restrição por se tratar de um evento privado e fechado. O custo, porém, é alto: uma lata de cerveja custa o equivalente a R$ 60, enquanto uma água mineral vale cerca de R$ 20. Antes disso, só de ingresso, o torcedor paga R$ 40 aproximadamente. A intenção é repetir tudo a cada jogo da Seleção, mas não há ainda confirmação oficial.
Presidente Feliz
Ednaldo Rodrigues está integrado ao grupo da Seleção Brasileira como poucas vezes se viu um presidente da CBF. Depois de ter se reunido com os atletas em setembro, na França, para falarem inclusive da premiação, ele foi recomendado pelos atletas e pela comissão técnica para ser o chefe da delegação na Copa, algo que não é comum em se tratando do primeiro mandatário da entidade. O baiano comparece a treinos, conversa informalmente com jornalistas e torcedores.
Sorridente, como de costume, ele chegou na concentração brasileira no dia da estreia no mundial contando que esteve junto no pagode feito na noite anterior com “os meninos”. Perguntado se é do samba, foi tranquilo e definitivo: “O samba nasceu na Bahia...O que vocês acham?”
Integrado à Seleção
O treinador Odair Hellmann está muito presente na vida da Seleção Brasileira. Em setembro, visitou treinos e concentração na França. Em Doha, compareceu ao Hotel Westin para pegar ingressos e já garantiu que, a partir do próximo dia 27, retornará para permanecer no Catar. Morando em Dubai, antes de assumir o comando do Santos, Odair quer comparecer ao maior número de jogos possível no mundial.
O meu lugar
Estar atrás do gol, ou de uma goleira, como dizemos nós, gaúchos, é ocupar o lugar sagrado do repórter esportivo de rádio. Ali se sente o jogo com sua vibração plena, as imagens mais próximas e os sons característicos do confronto. É fascinante estar nesta posição em qualquer partida.
Ali o jornalista se sente desafiado a relatar detalhes mínimos sem o recurso do replay e mexendo com o coração de milhões de ouvintes. Estar diante de uma linha de fundo, ao lado trave, na beira da rede quando o estádio é o Lusail, o jogo é de Copa do Mundo, tem o Brasil e o Richarlison faz o que fez, fica muito complicado de dizer qual a sensação… Foi bom demais. Que início de mundial. Não tem como não sonhar com o hexa. Para o repórter já há um troféu.