
A mesquita visitada novamente por Tite ao final do treinamento deste domingo (27) fica junto ao Estádio Grand Hammad, local dos treinos do Brasil. Todos os dias, quando o sol se põe, alto-falantes reproduzem em potente volume os cânticos religiosos que servem para chamar as pessoas para a reza.
O templo fica exatamente entre o CT brasileiro e o da Sérvia. Nos treinamentos de ambas as seleções é possível ouvir as chamadas que se parecem com orações. Além disso, há uma sala especial para os fiéis muçulmanos orarem junto à sala de imprensa brasileira.

Sheiks Kids
O treino fechado da Seleção Brasileira acontecia normalmente. Fora do Grand Hammad Stadium, dezenas de jornalistas esperavam a entrevista coletiva de Casemiro. Ninguém podia entrar até que chegaram três grandes e luxuosas caminhonetes. De duas delas desceram seis homens com roupas árabes, um deles com uma câmera fotográfica.
Na outra estava um adolescente, também com as roupas típicas da região, e mais três crianças aparentemente na faixa dos sete anos. Eram pequenos integrantes da família real que não foram, e jamais seriam, barrados no treinamento reservado do Brasil. Os acompanhantes adultos eram os seguranças dos futuros sheiks.
Pirataria radiofônica
As rádios que transmitem a Copa do Mundo não podem reproduzir o som através da internet para outros que não seus países de origem. As brasileiras, por exemplo, só podem ser ouvidas no Brasil e o controle é feito por elas que acionam o chamado "geoblock". A regra é imposta pela Fifa que tem o direito de multar pesadamente e até derrubar os aplicativos das emissoras.
O que está acontecendo é que determinados sites de futebol, desvinculados das respectivas empresas de comunicação, pegam as narrações e as reproduzem sem nenhum limite geográfico. Pirataria total.
O tema da discussão
Nem as lesões de Neymar e Danilo, nem as dúvidas entre Dani Alves ou Militão. O assunto que mais polêmica causou no fim de semana da Seleção Brasileira vinha do Brasil. O nome mais comentado foi do técnico português Vitor Pereira que deixou o Corinthians dizendo que voltaria para a Europa e assinou contrato com o Flamengo.
Com a grande presença de jornalistas do eixo Rio-São Paulo, o debate se estabeleceu, basicamente mostrando indignação de corintianos e muita gozação dos flamenguistas. Em meio a isso, um consenso: foi mal conduzida a saída de Dorival Júnior, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores.
Sem resenha
Ficou nítido que a entrevista coletiva de Tite neste domingo teve um clima de mais apreensão do que a ocorrida antes da estreia na Copa contra a Sérvia. O treinador precisou de habilidade para evitar dar pistas sobre a escalação do time, bem como explicações sobre as especulações.
Duas provas disso foram que o assistente César Sampaio pouco falou, enquanto na primeira entrevista se viu participação ativa de Cléber Xavier. Outro sinal da situação mais séria foi a saída rápida dos entrevistados, sem permitir a conversa informal que se sucede em outros encontros. Desta vez, não teve "alô", selfies ou abraços.
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Parada quente
Os pontos de ônibus especiais para os credenciados da Copa do Mundo foram projetados para dar o maior conforto possível. Eles são fechados, protegendo os passageiros do sol e até de uma remotíssima possibilidade de chuva. Há o requinte de ainda haver instalado um aparelho de ar-condicionado.
Tudo seria perfeito se o condicionador funcionasse. Com as saídas de vento lacradas e o motor desligado, o que deveria ser um local agradável se torna um pequeno forno decorado.