O Grêmio está se mexendo para 2022. Os primeiros reforços anunciados não criam empolgação no torcedor. Aliás, os gremistas viverão um início de temporada longe da animação de anos onde, por exemplo, a Libertadores da América estava no horizonte.
A grandeza do clube justifica tal frustração diante do constrangimento de estar na Segunda Divisão. A estratégia da diretoria, porém, até aqui se mostra adequada para a exigência. Não se espera que o elenco que está sendo montado agora venha a ser o mesmo do final de 2022.
A história mostra que mudanças acontecem em meio a um ambiente cheio de peculiaridades. O que mais interessa nos reforços é que eles estejam totalmente cientes do desafio tricolor e compartilhem deste compromisso. Caso contrário, podem até jogar bem, mas não servem.
Articulador tricolor
Desde que Luan se tornou Rei da América, não foi à Copa do Mundo em 2018 e desistiu do Grêmio, mesmo permanecendo no clube, o meio-campo tricolor perdeu poder de articulação e entrou numa crise técnica que determinou o desmanche da qualidade coletiva que se tinha. Neste período, Jean Pyerre apareceu como maior candidato a suprir a carência, mas foi a decepção que se viu.
A reconstrução do elenco, ainda que visando uma Série B, mostra a preocupação na busca de alguém com a vocação de armador. O diagnóstico é excelente, e pensar no argentino Martin Benitez é buscar exatamente alguém da função, com a característica exigida e de boa técnica. Resolvido o problema? Não.
É necessário ter uma certeza de que o jogador estará consciente, comprometido com a causa gremista e que passe a frequentar menos o departamento médico. Se falarmos com vascaínos e são-paulinos, as opiniões não são favoráveis. Para mudar isto, só com um comando que sensibilize o atleta. Caso contrário, o resultado já é conhecido, e não é bom.