A análise do futebol por meio da ciência é uma realidade cada vez mais necessária. Desprezar dados estatísticos ou análises de desempenho na hora de se avaliar jogadores e até treinadores é quase como falar em Terra Plana ou negar o benefício das vacinas. No Inter, o Centro de Análise e Prospecção de Atletas (Capa) vem trabalhando há alguns anos para ajudar dirigentes e treinadores, tendo sido importante recentemente na busca do novo técnico.
Números e gráficos garantem tudo? Claro que não. Algumas contratações que decepcionaram provam isto, mas jamais invalidarão o suporte. Cabe a quem comanda se cercar daquelas informações que estão por trás das tabelas como comportamento, capacidade de se comprometer com a causa ou facilidade de adaptação a um novo ambiente.
Uma das coisas que faltam no Beira-Rio é uma divulgação maior de métodos, critérios e das pessoas que trabalham neste setor. A distância do torcedor cria uma atmosfera hermética, uma caixa-preta e uma desconfiança desnecessária.
Tempo perdido
Não se deve mais discutir as características ou convicções do Cacique Medina, ou daqueles que não vieram para o Inter como Vojvoda ou Paulo Sousa. A hora é de tratar do futuro com o escolhido, no caso o uruguaio, e recuperar um tempo perdido.
O ideal teria sido a diretoria colorada ter anunciado o sucessor de Diego Aguirre tão logo divulgou sua demissão. Se passaram mais de dez dias que não foram utilizados para conversas com o novo treinador, indicação e busca de reforços. Com a limitação financeira do clube, o mercado pode ser cruel para quem começa atrasado, especialmente saído de um final de temporada decepcionante com a perda de uma vaga até na primeira fase da Libertadores.