O Estádio Olímpico de Tóquio abriu suas portas para o atletismo. O esporte considerado o mais nobre das Olimpíadas começa a fazer novos heróis e tenta estabelecer recordes, algo que vem se mostrando difícil em outras modalidades. O Brasil já tem seu primeiro candidato ao sucesso. O corredor Alison dos Santos se classificou para a semifinal dos 400m com barreiras e tem chances de medalha.
Com 21 anos, o paulista de São Joaquim da Barra é mais um daqueles jovens que muito cedo saem de casa para tentar a vida no esporte. Sua exigência ao primeiro treinador era garantir a possibilidade de estudar para um dia dar conforto a sua família. Vítima na infância de um grave acidente doméstico que queimou com óleo fervente o seu couro cabeludo, começou a participar de provas utilizando um boné por constrangimento.
Os bons resultados e o reforço da autoestima o fizeram abandonar o boné e passar a quebrar marcas. Sexto lugar no último campeonato mundial, Alison estava sendo preparado para estar no ápice em Paris 2024, mas já mostrou que será competitivo agora. Seu desempenho é crescente depois de ser medalha de ouro na Universíada e nos Jogos Pan-Americanos.
No mundo do atletismo, o brasileiro não será nenhuma surpresa se chegar ao pódio. Para o país, estará surgindo definitivamente um novo ídolo.
Campeão imprevisível
Se Alison dos Santos é uma grande possibilidade de medalha em Tóquio, o mesmo não se pode dizer sobre o atual medalha de ouro no salto com vara. Thiago Braz, campeão no Rio de Janeiro, simplesmente não apresentou nenhuma evolução de lá para cá.
Ele sequer repetiu o fantástico salto de mais de seis metros que o tornou vitorioso em 2016. A falta de foco depois da vitória olímpica é apontada como causadora da quebra de desempenho. Quem quer mostrar esperança em Thiago diz apenas que "ele é imprevisível" e pode tanto ser eliminado na fase de classificação como quebrar o recorde mundial.
O drama do Zé
O Brasil enfrenta a Sérvia neste sábado, no torneio de vôlei feminino. Ninguém será mais importante nesta partida do que a levantadora Roberta. Reserva de Macris, ela viu a companheira sofrer uma torção no tornozelo direito e sabe que poderá seguir como titular da equipe até o final do torneio. O técnico José Roberto Guimarães não esconde a preocupação por dois motivos:
1) Roberta tem característica diferente de Macris, e o time pode sentir a mudança;
2) Não há outra levantadora no grupo. Qualquer problema técnico ou físico com Roberta gerará um prejuízo irrecuperável.
As orações do treinador são para que Macris ainda possa retornar para as quartas de final, que serão na próxima terça-feira.
Ele perdeu
Mais uma vez, ele reclamou da arbitragem. O superjudoca francês Teddy Riner caiu fora da busca de sua terceira medalha de ouro da categoria peso pesado. Ele perdeu para o russo Tamerlan Bashaev por punição.
Depois de ter ficado quase 10 anos invicto, Riner já foi derrotado em três lutas desde 2019. O francês teve de se contentar com o bronze, algo que já havia conquistado em sua primeira Olimpíada, em Pequim 2008.
Choro gaúcho
Depois da reação de tristeza de Maria Portela, a sexta-feira viu outra gaúcha chorando após uma derrota no judô Olímpico. A pelotense Rochele Nunes, que compete por Portugal, perdeu na sua segunda luta e saiu do tatame em choro convulso.
A judoca se dizia inconformada por "ter decepcionado sua família e os portugueses". Rochele precisou passar duas vezes na área de entrevistas para falar de seu desempenho e ganhar o conforto dos jornalistas. Eles citaram que ela não só venceu uma luta, mas que foi eliminada por uma lenda do judô, a cubana Idalys Ortiz.
Grandes despedidas
Foi comovente, após a derrota do Brasil no futebol feminino, o recado de Marta a suas colegas. A rainha se despediu das Olimpíadas sem ter conquistado uma medalha de ouro, mas com toda a dignidade.
Outra despedida importantíssima está por acontecer no domingo. O velejador Robert Scheidt estará participando da última regata da classe laser. Com poucas chances de medalha, não importa a colocação. Scheidt estará dando adeus aos Jogos Olímpicos depois de sete participações — ele compete desde 1996.
Com duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, ele é o maior medalhista do Brasil em todos os tempos e é considerado um dos maiores velejadores do mundo, independentemente de classes. Scheidt é gênio e merece a reverência de todos.
Medalha de ouro — Exército japonês — Militares fazem controle de segurança nos centros de imprensa e nos locais de competição com muita simpatia, presteza, e não se portam ostensivamente com armas a mostra.
Medalha de Lata — Novak Djokovic — O tenista sérvio ganha sua segunda "lata" consecutiva. Depois de zombar dos brasileiros, protagonizou um zebrão, perdendo no torneio de simples para o russo Alexander Zverev. Djoko segue na fila por medalha de ouro e não conseguirá o chamado Golden Slam.