
A primeira partida de Diego Aguirre em sua volta ao Inter foi antes de tudo um jogão. O que se viu na Arena Condá nessa quinta-feira (24) foi o confronto entre dois times intensos, com chances de gol de lado a lado e disputas de início ao fim. Quem aprecia futebol, independentemente de preferência clubística, por certo gostou do que viu. Se torcedor do Inter, muito mais. A equipe que já demonstrava alguns sinais de mudanças com o interino Osmar Loss, deu um salto de qualidade coletiva e jogou como não havia feito ainda desde os melhores momentos da passagem de Abel Braga.
Nenhum jogo sob o comando de Miguel Ángel Ramírez, nem a histórica goleada de 6 a 1 sobre o Olímpia, teve um grau tão alto de comprometimento coletivo e entrega física quanto na vitória sobre a Chape. O primeiro Inter de Diego Aguirre pulverizou tudo o que o espanhol tentou implantar e não conseguiu, e deu muito certo. Acabou o festival de toques lentos e infrutíferos na saída de jogo. Pouca ou nenhuma foi a exigência do goleiro Daniel com a bola nos pés. O que mais chamou a atenção, porém, foi a movimentação do meio-campo com Edenílson, Patrick e Maurício combinando jogadas que compensaram a falta de um articulador de ofício. Outra iniciativa com resultado foi Caio Vidal no ataque, evitando a colocação de Thiago Galhardo e Yuri Alberto juntos.
Outro mérito de Aguirre foi o de ter arriscado a colocação de Zé Gabriel numa inédita lateral direita com Heitor na esquerda. O resultado foi muito, embora a fatalidade da lesão de Zé Gabriel. A impressão que ficou é que os jogadores entenderam perfeitamente o que queria o treinador e se dedicaram ao máximo cumprido as funções. O idioma espanhol de Diego se mostrou muito mais entendido do que o de Ramírez. Se a Chapecoense não chega a ser um Flamengo, ela não fica abaixo do Sport Recife e merece um respeito semelhante ao do Fortaleza, contra os quais a equipe colorada foi pífia com o ex-comandante.
Nada pode ser tomado como definitivo ou mesmo de tendência para o Inter após apenas uma partida com o novo treinador. O próprio Diego Aguirre admite que não conhece totalmente seu grupo com apenas um treinamento para escolher uma formação ideal. Ele; no entanto, implantou algo que não tinha sido visto na temporada de 2021. A atitude colorada em campo permite ao torcedor respirar aliviado, começar a ter uma expectativa melhor e esquecer agruras passadas que não deixaram herança.