Não existe terra arrasada no Grêmio para o início de trabalho de Tiago Nunes. Se é verdade que a saída de Renato Portaluppi se deu por crise técnica, resultados ruins e desgaste por uma longa relação, não se vê a necessidade de seu substituto chegar chutando a porta, virando a mesa e pregando uma revolução. Tiago tem uma missão menos radical do que teve e não conseguiu implantar no Corinthians. Existe, porém, um entendimento urgente para o técnico saber qual será o limite de exigência para sua equipe ser competitiva. Ele precisa falar imediatamente com o preparador físico Reverson Pimentel.
Além de não se conhecerem profissionalmente, visto que não trabalharam juntos, treinador e preparador precisam ter a exata noção da resposta física dos atletas e quanto eles podem aguentar numa proposição de jogo intenso. A perda de intensidade no Grêmio nos últimos tempos é assustadora se comparada com a equipe de três anos atrás.
O diagnóstico tardio redundou na mudança na preparação, mas isto não é tudo. Os gremistas precisam ter consciência, por exemplo, que a dita melhor zaga do Brasil por várias temporadas, hoje frequenta muito o departamento médico, raramente joga junto e mostra uma natural redução de vigor. Da mesma forma, não é mais possível ter Maicon como referência no meio-campo.
Não bastassem casos de atletas na casa ou com mais de 30 anos, a combinação de Tiago Nunes com Reverson Pimentel precisa garantir a busca de equilíbrio também com os jogadores mais jovens. A partir do que o preparador físico chegado há pouco na Arena der como limite, o treinador vai armar um esquema e fazer suas exigências aos seus comandados.
Certamente não há ainda plenitude no trabalho recentemente implantado por Pimentel, como ficou nítido na eliminação da Libertadores. Há uma necessidade imediata de que se forme uma dupla harmônica que, mais do que botar o time para correr, tem de fazer com que a corrida seja correta.