Os mais afoitos e exagerados podem dizer: "este menino fede a gol". Isto, no jargão do futebol é uma maneira de valorizar e elogiar quem tem a capacidade de marcar gols das mais diversas maneiras, geralmente ocupando o comando do ataque. É o sonho de todos os centroavantes o de "feder a gol". A mais nova promessa do Grêmio com estes atributos chama-se Ricardinho.
O paulistano que vai completar 20 anos agora, em abril, está ganhando a simpatia da torcida pela sua vocação de goleador. Contra o Pelotas na goleada desse domingo, houve categoria para tirar a bola do goleiro. Antes disso, contra o Juventude, a sorte ajudou no desvio do chute de Ferreira que traiu o goleiro. Assim é a vida do centroavante. Dadá Maravilha já dizia que "Não existe gol feio pois feio é não fazer gol". Jogando numa posição que para muitos precisa de uma vocação especial e que existem especialistas que merecem carteirinhas para distingui-los, Ricardinho parece que já providenciou os pré-requisitos para obter o documento.
Entrar num jogo e, em seguida, deixar a marca é apresentar-se para o treinador principal que o estava escalando pela primeira vez. Não se trata de começar a pedir que Renato coloque Ricardinho imediatamente no time principal ou até como primeira opção em jogos mais importantes. O que precisa é trabalhar o jovem, aprimorar as virtudes como a presença de área e as finalizações, e corrigir naturais dificuldades para recomposição ou de posicionamento, mas tendo em mente que ele pode ser aproveitado entre os cascudos. Para isto, além do treinador, o jovem tem à sua disposição outro especialista que já fala em deixar os gramados, o experiente Diego Souza que, entre outras coisas, pode até ensinar a cobrar faltas com maestria. O titular do comando do ataque tricolor tem tudo para apresentar ao candidato a sucessor sua carteirinha, obtida tarde, depois de ter brilhado em posições do meio-campo. Com o garoto o aprendizado é direto no ataque desde cedo.