É extremamente ingrato para uma equipe precisar depender de resultados paralelos para uma conquista. Mais grave quando uma vantagem foi perdida no penúltimo jogo da competição. Pior ainda é precisar depender de um resultado positivo de uma equipe como a do São Paulo no atual momento e cuja última façanha foi a derrota para o rebaixado Botafogo. Esta é a delicada situação do Inter para ainda sonhar com o título brasileiro. Os colorados; entretanto, precisam estar atentos e focados em si próprios, pois, para se beneficiarem de algo que acontecer na capital paulista é preciso fazer a lição de casa.
A única missão realmente colorada nesta quinta-feira (25) é vencer o Corinthians, algo que, embora a situação ruim do clube paulista, não pode ser considerado como jogo jogado. O Inter tem, além do adversário tradicional e ciente do papel na definição do Brasileirão, seus próprios traumas a serem vencidos. Por certo a derrota no Maracanã, do jeito que aconteceu e com o efeito que teve na classificação, não estará totalmente cicatrizada na equipe. Isto não impede da reação ser positiva, mesmo que o esforço físico e mental necessite ser redobrado.
Se os colorados pensarem antes no São Paulo contra o Flamengo, talvez nem entrem em campo no Beira-Rio. Mesmo no Morumbi, o tricolor paulista é um azarão, protagonista de uma das maiores decepções do campeonato. A equipe que foi de Fernando Diniz e que espera pelo argentino Hernán Crespo acumula rotundos fracassos depois de um período estável em que até a liderança no Brasileirão foi obtida. O time hoje é a própria imagem do descompromisso, mas que ainda pode ter a dignidade par lutar por uma vaga direta na Libertadores. Aí estão as remotas esperanças coloradas, mas elas existem.
O que não pode, de jeito nenhum, acontecer para o Inter é a repetição de 2005, quando num Brasileirão altamente contestado, com boas razões para isto, o Inter chegou na última rodada, apesar dos prejuízos, com chances de ganhar o título do Corinthians. Uma derrota corintiana em Goiás de toda a chance para os colorados que precisavam apenas vencer o Coritiba no Paraná. A derrota no Estádio Couto Pereira foi fatal para a equipe, treinada à época por Muricy Ramalho, que não soube cumprir a própria missão, enquanto o milagre paralelo acontecia.