
Receber mais de R$ 10 milhões em um momento de extrema necessidade pode soar como solução em qualquer lugar. No Beira-Rio, não é diferente. Abrir mão de um dos artilheiros do Brasileirão faltando quatro rodadas para o final da competição, com dois pontos de vantagem na liderança, está longe de ser a transação ideal. Ao contrário, é uma boa oportunidade de negociação na hora menos recomendável.
Não se pode ignorar que Thiago Galhardo já teve seu momento de maior brilho nesta longa temporada, quando tornou-se artilheiro e um dos principais jogadores da disputa. Isso não significa que, voltando de lesão, não seja peça preciosíssima para os últimos jogos do Campeonato Brasileiro, exatamente aqueles que definirão se o Inter quebrará um jejum de mais de 40 anos.
Diferente dos atletas que, ao longo do certame, tiveram de abandonar a competição com graves problemas médicos, Galhardo deixará o elenco com plenas condições de colaborar. E mais, com a aprovação da diretoria e da comissão técnica.
Este tipo de perda, ainda que de um jogador que não está como titular, pode manchar a ideia de que o clube quer o título custe o que custar. Não é impossível que se crie a ideia da desmobilização, algo que precisará ser combatido com força pelos próprios dirigentes e pelo treinador. Perder o goleador da equipe neste momento é excelente para os cofres, mas muito arriscado para o time.