Por muito tempo seguirá entre os colorados e analistas a discussão comparativa entre os desempenhos de Abel Braga com o de seu antecessor Eduardo Coudet. Tal polêmica não leva a praticamente nada, mas é natural do futebol.
São condições diferentes, modelos distintos e, como em todo em todo trabalho, há coisas boas e más. O simplismo coloca o percentual de aproveitamento como diferencial, mas isto também soma pouco. O que interessa é que, com ambos no Brasileirão, o Inter frequenta a parte de cima da tabela e o que foi sonhado nos tempos do argentino, segue possível agora.
Na trajetória de Coudet no primeiro turno do campeonato, houve um jogo que pode ser rotulado como aquele que não poderia ter sido perdido, seja pela necessidade de pontos, pelo nível do adversário ou especialmente pelas circunstâncias da partida. Jogando em Goiânia, o Inter perdeu para o Goiás que na época era lanterna da competição e que atuou com um jogador a menos desde os quatro minutos do primeiro tempo.
O resultado não tirou o clube da liderança, mas deu chance grande para os adversários se aproximarem. Se houve responsabilidade do treinador em não achar soluções para o desempenho horrível da equipe, os jogadores colaboraram muito para isto.
De um modo geral, as atuações foram fraquíssimas, as falhas individuais foram muitas e a falta de atitude saltou aos olhos. Ficou clara a impressão de que a cabeça de todos estava na Libertadores. Foi a chamada derrota proibida.
Passado um turno, os colorados estão novamente diante do Goiás neste domingo (10). As situações mudaram pois o Inter não é mais líder e nem os goianos são lanternas. Abel Braga está no lugar de Eduardo Coudet. O que não mudou foi a obrigação de vitória, especialmente pelo fato do jogo ser no Beira-Rio.
Para quem luta por G-4 e ainda sonha com título, não se pode pensar em resultado que dê menos de três pontos. O pecado do primeiro turno não pode se repetir de jeito nenhum. Tal qual no encontro realizado em setembro, a fase colorada é boa e existe favoritismo.
O resultado será fundamental, muito maior do que a exigência pela qualidade de desempenho. O prejuízo da Serrinha, ainda dos tempos do líder Coudet, precisa ser resgatado pelo time de Abelão.