Menos por opção, mas por necessidade e precaução, o Grêmio está no Ceará para enfrentar o Fortaleza sem todos os titulares. Pelo menos quatro deles permaneceram em Porto Alegre . A intensidade dos últimos jogos justifica plenamente as ausências de Kannemann e Diego Souza, provavelmente próximos de seus limites físicos. Na mesma balada vai a preservação do goleiro Vanderlei. O caso que merece mais explicações é o de Jean Pyerre e, mesmo que não tenha sido divulgado oficialmente um motivo especial para ele não ter viajado, a suposição de que ele ainda carece de condicionamento se mostra clara.
Passado seu último período fora do time, Jean Pyerre não voltou com o protagonismo já demonstrado. Nos últimos jogos, especialmente no de ida contra o São Paulo na Arena, esteve alheio à partida. Evoluiu por uma melhor atitude na partida do Morumbi e contra o Bahia não foi mais do que regular. Muitas vezes a recuperação de ritmo se dá pela repetição de atuações, mas neste caso há a necessidade de equilíbrio físico e de não correr riscos de lesão muscular, algo recorrente no meia. Isto já seria uma razão suficiente para Jean estar fora da delegação.
A ausência do jogador que é apontado como ponto determinante para uma melhoria no desempenho do Grêmio também pode ter outra utilidade em Fortaleza. A equipe se classificou para a final da Copa do Brasil sem a exuberância do futebol de Jean Pyerre, ainda que ele estivesse em campo.
Agora, com outras alternativas, possivelmente com Pinares naquela posição, está criada a oportunidade de desenvolver uma maneira de jogar totalmente independente da qualidade individual do camisa 10 tricolor. Para isto, a volta de Álisson, podendo atuar com o chileno na mesma equipe, cria a chance de se organizar um novo tipo de jogadas de articulação. No Castelão haverá um bom teste para mostrar que não há uma total dependência do meia titular, algo sempre sustentado por Renato.