
Com a concordância de Abel Braga em cumprir o seu contrato até fevereiro de 2021, ficará para o início do Gauchão da próxima temporada o início do trabalho de seu sucessor, provavelmente o espanhol Miguel Ángel Ramírez. Até lá, há tempo para o novo treinador observar o elenco, ver carências e acompanhar recuperações que significam reforços importantes e que desfalcaram o Inter ao longo de 2020. Os casos de Paolo Guerrero, Saravia e Boschilia, todos vindos de ruptura de ligamentos no joelho, significam um enriquecimento significativo no novo grupo colorado.
Guerrero chega a falar em jogar ainda antes do final do Brasileirão e não se cogita a possibilidade de ele deixar o Beira-Rio pelo fato de seu grande amigo Rodrigo Caetano ter saído do clube. Mesmo que Yuri Alberto se mostre em plena evolução no ataque, é bom lembrar que o garoto vai desfalcar muito a equipe em função de convocações para a seleção sub-20 — disputará o Sul-Americano e possivelmente o Campeonato Mundial. Da mesma forma, a artilharia de Thiago Galhardo não tira a titularidade e a importância do peruano, que, sem D'Alessandro, passou a ser o maior nome do Inter.
Na lateral direita, enquanto se discute momentaneamente quem tem de jogar entre Rodinei e Heitor, é sabido que a volta de Renzo Saravia é certeza de que a posição voltará a ter dono, pelo menos até junho próximo. Os jornais de Portugal já garantiram, através de informações junto ao Porto, a permanência do argentino no Beira-Rio. Falta apenas definir se haverá a possibilidade de aumentá-la por mais seis meses. Pelo que estava jogando quando se machucou, a única preocupação colorada em relação ao jogador é sua perda para convocações da seleção de seu país para Eliminatórias e Copa América.
Dos três que voltarão de cirurgia nos primeiros meses de 2021, o único brasileiro é Boschilia. Titular quando se lesionou, ele encontrará uma disputa mais encardida por uma vaga, tendo que encarar o crescimento de jovens como Caio Vidal, Praxedes e Maurício, além da importância reafirmada de Patrick. Tudo, porém, neste setor entre meio-campo e ataque será determinado pela opção tática do novo treinador.
Com uma situação financeira complicada para grandes investimentos, o Inter precisa considerar as voltas de seus jogadores machucados e operados como ganhos sensíveis no elenco. Contando que as recuperações sejam plenas, eles oferecem opções que no mercado custariam milhões.
Antes disso, entretanto, há a necessidade de se ter segurança nos retornos e na disposição do novo comandante em contar com todos, algo que é provável, mas não certo. Aliás, certeza, não se tem ainda nem do nome do novo técnico.