Causou espanto geral a saída de nada menos do que quatro vice-presidentes do Inter no último dia 27 de setembro. A explicação do presidente Marcelo Medeiros, alegando que havia uma articulação política contrária à sua vontade no Beira-Rio e que isto poderia prejudicar o futebol do clube, deixou incompleto o processo de mudança.
A justificativa tem lógica, faz muito sentido, mas, quando saem tantas pessoas de cargos importantes, a primeira coisa que precisa ser determinada é a sucessão. Lá se vão dez dias e as lacunas não foram preenchidas.
Esta segunda-feira (5) promete necessárias novidades. A informação é de que novos nomes serão apresentados na reunião do Conselho de Gestão que ocorrerá no final da tarde.
O primeiro nome que precisa ser conhecido, aliás, é do substituto de Humberto Busnello, que faz parte deste grupo e pediu desligamento após as demissões determinadas pelo presidente nas vice-presidências de futebol, marketing e administração.
No mesmo encontro há a curiosidade de saber como se dará a participação de João Patrício Herrmann, o primeiro vice-presidente eleito que, sendo de outra corrente política, esteve por renunciar, travou uma discussão com Medeiros, mas permaneceu.
No departamento de futebol, foi manifestada por Marcelo Medeiros a ideia de manter todo o controle nas mãos do diretor executivo Rodrigo Caetano, algo que causa algumas críticas internas, especialmente porque o presidente disse que não vai acumular funções. Nas áreas de marketing e administração, no entanto, mesmo com a profissionalização que já existe, haverá sucessores indicados para Nélson Pires e Victor Grunberg, respectivamente.
O que não se sabe é como serão feitas reposições dos diretores que pediram desligamento em setores como categorias de base e futebol feminino. Outra indicação esperada é de um novo assessor da presidência, no lugar do desligado Flávio Ordoque.
Fazendo um balanço, o presidente colorado precisa repor mais de uma dezena de cargos que ficaram vagos em sua gestão. Por mais que haja bons executivos em todas as áreas do clube, postergar esta situação de vacância é perigosíssimo do ponto de vista técnico. Se for considerado o viés político em tempos de disputa eleitoral, está criada uma fragilidade considerável para a figura de Marcelo Medeiros e quem ele venha a apoiar na sua sucessão.
A probabilidade maior é de que alinhados diretamente à corrente de Medeiros sejam indicados. Fica claro que a reunião desta segunda-feira é fundamental para recolocar a a casa em dia nos gabinetes do Beira-Rio.