A quarta vitória do Inter no Brasileirão e que garantiu a manutenção da liderança por pontos valorizou soluções e providências promovidas pelo técnico e pelos atletas em campo. Diferentemente da maioria dos jogos colorados, a posse de bola ficou com o adversário. Eduardo Coudet, sempre adepto da intensidade na marcação alta, terminou a partida com três zagueiros e quatro volantes. Retranca? Apequenamento? Não. Estratégia e necessidade, com direito a uma afirmação inesperada na equipe cuja responsabilidade é do treinador: Zé Gabriel.
Embora os méritos indiscutíveis de Thiago Galhardo, o novo condutor colorado, de Edenílson, que ratifica sua importância de ritmo no meio-campo, ou de Rodrigo Lindoso, que, ao que tudo indica, retomou a titularidade, há que se admirar o novo e jovem zagueiro colorado. Zé Gabriel já fez mais como titular do que seu antecessor, Bruno Fuchs.
No jogo contra o Atlético-MG, ele foi exigido, deu conta da bola aérea, teve saída de jogo qualificada e salvou o empate no segundo tempo ao defender uma bola sobre a linha do gol. O jovem não foi perfeito, pois, em duas oportunidades na primeira etapa, vacilou. Numa delas, Cuesta fez boa cobertura. Na outra, ele mesmo mostrou recuperação e, com um carrinho preciso, compensou o erro anterior.
Se havia uma justa discussão entre a manutenção de Bruno Fuchs no time e Rodrigo Moledo no banco, Zé Gabriel já fez mudar o tom da conversa. Ele mostra vantagem sobre seu antecessor e deixa, no máximo, como discutível a necessidade de volta do experiente zagueiro. Eduardo Coudet buscou e achou uma solução que poucos imaginavam para adaptar a zaga ao seu modelo de jogo. Se o técnico podia ser criticado pela opção anterior, agora tem méritos pela promoção de um garoto que está correspondendo. Mesmo tendo amostragem pequena e a natural incerteza da continuidade, o Inter parece ter uma boa notícia no setor defensivo. Até Cuesta melhorou nos últimos jogos, ele que se mostrava instável na antiga parceria.
Esperando por novidades para a substituição de Paolo Guerrero, o Inter cumpriu muito bem seus dois jogos em casa após a perda do peruano. Os 100% executados, mesmo que com menos posse de bola diante do Galo, fazem o time encorpar. Enquanto não surge uma solução definitiva para a lacuna do ataque, Thiago Galhardo vai garantindo lá na frente, e o jovem Zé Gabriel vai se afirmando na retaguarda.