Já era difícil para o Caxias antes de começar a decisão. A vitória gremista no primeiro jogo na casa caxiense apenas transformou o que era favoritismo numa situação praticamente irreversível. Mais do que vencer a partida, o time de Renato Portaluppi resgatou uma eficiência que vinha sendo pedida nas últimas atuações, mas também mostrou problemas recorrentes.
O gol marcado por Pepê, logo a sete minutos de jogo, foi fundamental. Ali se apresentava o velho Grêmio de Renato que conquistou títulos em anos passados abrindo vantagem e, a partir daí, tomando o controle das partidas. A tranquilidade adquirida com o placar a favor se refletiu no abatimento do adversário e no crescimento de praticamente todas as individualidades tricolores. Isto, no entanto, valeu apenas para os primeiros 45 minutos.
O que poderia ser um jogo quase perfeito, com resultado positivo e atuação do Grêmio com superioridade natural, perdeu intensidade no segundo tempo e até deu alguma preocupação aos tricolores. Na etapa final, houve predomínio do adversário até a anulação daquele que seria o gol do empate caxiense. Só o golaço de Everton aos 32 minutos devolveu a tranquilidade perdida. No seu melhor momento do jogo, a primeira etapa, faltaram à equipe de Renato jogadas ofensivas que traduzissem a maior qualidade do time para dar ainda mais sossego no caminho da vitória. Entre destaques Matheus Henrique e Jean Pyerre.
As más notícias ficaram por conta das lesões de Isaque, autor da jogada, e Pepê, autor do primeiro gol. O atacante pela esquerda não deverá jogar a final na Arena, mas a compensação veio ainda no Centenário com o golaço de seu substituto Everton. Nas atuações tricolores, o ponto destoante foi Cortez. o que justifica, cada vez mais a busca por um novo lateral-esquerdo na Arena.
Ganhar em casa era imprescindível para o Caxias sonhar com o título. Nenhum dos três times do interior que foram campeões do Gauchão nos últimos 25 anos perdeu jogando como mandante nas decisões. O Grêmio botou uma mão e quatro dedos da outra na taça.