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Quem conversa com Tite sobre suas façanhas como técnico no futebol gaúcho se surpreende. Sempre falando com carinho e orgulho dos trabalhos no Caxias, incrível campeão gaúcho de 2000, e no Grêmio, espetacular vencedor da Copa do Brasil de 2001, o treinador “brilha o olho” quando recorda sua passagem pelo Inter e a vitória na Copa Sul-Americana de 2008.
Quem lê sua biografia vê uma citação curiosa em que ele recorda o pressentimento de que haveria uma expulsão colorada na primeira partida da final. Realmente Guiñazu recebeu o cartão vermelho na Argentina, o que não impediu a vitória sobre o Estudiantes.
O que faz Tite ter uma afeição especial por aquele time é o desafio para sua montagem na defesa, a segurança dos volantes e a capacidade ofensiva, calcada em velocidade e talento. Treinador adora montar quebra-cabeças e terminar vendo uma linda paisagem. No Grêmio, em 2001, com um raro 3-5-2 que fez história no Brasil, ele já havia acertado muito bem suas peças.
No Inter, sete anos depois, sem ter laterais convencionais, os centrais Bolívar e Marcão foram para os lados. Uma linha de quatro centrais – com Índio (Danny Morais no segundo jogo) e Álvaro – funcionou perfeitamente. No meio, a formação titular apresentava Edinho, Magrão e Guiñazu, substituído por Andrezinho no último jogo e o recém-chegado D’Alessandro um pouco à frente. Chegava, então, o ataque com Alex jogando avançado como nunca no Inter e Nilmar no seu melhor momento. Quer velocidade? Chama o garoto Taison que era alternativa.
Não é por nada que, quando se fala da Copa Sul-Americana de 2008, se arranca um suspiro de treinador e o reconhecimento:
— "Bah!" Aquele time jogava muito. Muito.
A lembrança saudosa de Tite vai além, quando este time, com uma ou duas mudanças, sobrou e ganhou invicto o Gauchão de 2009 e seguiu com boa campanha no Brasileirão até sofrer uma instabilidade que passou pelo vestiário. O encanto daquela equipe que orgulha o técnico da Seleção Brasileira se desfez com atuações instáveis e um desentendimento entre o treinador e D’Alessandro, o que afetou o grupo. O comandante, pouco tempo depois, saiu. O time recuperou-se o suficiente para ser vice-campeão do Brasileirão, treinado por Mário Sérgio.
A história desta conquista colorada está sendo recordada no projeto Saudade do Esporte. Neste domingo (5), na Rádio Gaúcha às 16h, teremos a retransmissão do jogo que valeu o título para o Inter.