A imprensa brasileira está recolhida em constrangimento por suas avaliações que se revelaram totalmente equivocadas sobre o Internacional. Obviamente, incluo-me entre os constrangidos.
Simples. Após a rodada inicial do Brasileiro B, quando o Inter patrolou o Londrina no Paraná, o mínimo que se ouviu foi que o Inter era um time de Série A passeando pela B. Outros, mais entusiasmados, firmaram projeções de que o time do Beira-Rio garantiria a sua ascensão com meia dúzia de rodadas antes do final da competição.
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Vencidos uma dezena de jogos, o Inter revela-se como o time engana-bobo da temporada. A cada jogo que passa, pior parece ser. Impossível identificar uma única virtude na equipe de Guto Ferreira. Faltam qualidade técnica, organização tática e, principalmente, atitude equivalente ao tamanho do clube. É uma vergonha ver uma camiseta que disputou e venceu os maiores títulos disponíveis no mundo sendo envergonhada e humilhada.
Horror
Chega a ser um espetáculo deprimente ver o Inter, diante de 25 mil abnegados torcedores que enfrentaram o frio de sábado para apoiar o seu time no Beira-Rio, movendo-se em campo com a displicência de homens que pareciam não saber o que estavam fazendo naquele lugar, àquela hora.
Dos laterais, nenhuma contribuição. Alguém lembra de alguma jogada qualificada que tenha sido construída pelos lados do campo? E as saídas de jogo pelos volantes do Inter? Rodrigo Dourado e Fabinho mais pareciam garotinhos assustados diante dos monstros adversários, com medo de tentar um passe vertical que fosse. Jogaram Mossoró à arena cheia de inimigos ferozes na expectativa, imaginem, que resolvesse a vida do Inter.
E o D´Alessandro? De causar dó a sua desesperançada atuação no meio do caos completo. Para falar da dupla de atacantes, Sasha e Brenner, é preciso dotar-se de muita compaixão. Sasha até tentou se impor, mas sem nenhuma consequência. E Brenner, abandonado à sua própria sorte, perdido entre os zagueiros do Boa. Deus, que martírio! Pobrezinhos.
Ilha da Fantasia
Se os jogadores do Inter fossem coitadinhos, ganhando minguados reais para representar o clube, dormindo em alojamentos pobres, matando a fome matinal com pão e manteiga, enfrentando longas viagens em ônibus sacolejantes e se hospedando em hotéis de duas estrelas, eu não me atreveria a registrar uma única crítica. Porém, a realidade é totalmente diferente. São profissionais que desfrutam as delícias de uma ilha de fantasia e ofendem a sua torcida com demonstrações de pura indiferença. Se pelo menos mostrassem vontade, garra. Mas nem isso.
Choque de realidade
O presidente Marcelo Medeiros deveria baixar algumas ordens. O fim dos treinamentos fechados, por exemplo. O Inter precisa mostrar como se prepara para os jogos. Fim para os resorts luxuosos e hotéis cinco estrelas. O Inter e o seu treinador precisam levar um choque de realidade e humildade.
Nada demais
Grêmio e Palmeiras teriam empatado não fosse o lance infeliz que resultou no gol contra. Mais uma vez, o Grêmio mostra que preservar titulares não dá bom resultado. Alguns titulares, sim, mas não todos.