
É muito fácil falar sobre os problemas do Inter. São tantos que, para onde se coloque olhar, lá estará uma deficiência. Carências de um time se resolve uma de cada vez. Impossível tentar suprimí-las todas de uma só vez.
Fiquemos com o meio-campo, o setor mais sensível de um time de futebol. No caso do Inter, cabe perfeitamente a máxima segundo a qual “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Três jogos atrás, o Inter se organizava em um 4-2-4. Sofria contra-ataques em doses industriais. E D'Alessandro cansava muito e produzia pouco.
Antônio Carlos foi rápido no gatilho. Escalou três volantes e liberou D'Ale das tarefas de contenção. O "Cabeção", entretanto, continuou fincado na ponta direita, quando deveria ser o armador centralizado do time.
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Mas deixemos esta questão para lá. Com três volantes, a defesa colorada ficou mais protegida e minguaram os contra-ataques. Mas veio outro problema: com três volantes, o ataque ficou desassistido.
Descoberta: o terceiro jogador do meio teria que ser capaz de armar e até entrar na área adversária e recompor com igual naturalidade. Este jogador, Zago ainda não encontrou.
Poderia ser Ferrareis, mas o garoto está no departamento médico. Assim, o Inter terá que esperar para se safar da arapuca: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Ainda não nasceu
Lição fundamental para se entender futebol: não se faz um time da noite para o dia. É um processo longo com etapas que precisam ser cumpridas.
Bom time se faz com bons jogadores, é uma etapa. Bom time se forma pela repetição de escalação e esquema tático. É a etapa mais longa. Bom time, por fim, se completa pela sofisticação do seu desempenho. É a etapa final.
O Inter não cumpriu nenhuma das etapas. Tudo está por ser feito. Não creio que a tarefa possa ser cumprida antes de, pelo menos, um ano. O time ainda não nasceu.
*ZHESPORTES