Desde sua estreia, no Festival de Veneza do ano passado, Ainda Estou Aqui (2024) vem colhendo elogios e colecionando troféus.
O mais recente foi o de melhor atriz em drama, para Fernanda Torres, no Satellite Awards, realizada no sábado (25).
Somando, Ainda Estou Aqui pode chegar a 20 distinções internacionais. A seguir, confira a lista, em ordem cronológica e incluindo premiações no âmbito nacional, de conquistas do filme de Walter Salles. E também os prêmios que ainda disputa, além do Oscar.
Festival de Veneza
Na 81ª edição do Festival de Veneza, em setembro de 2024, Ainda Estou Aqui conquistou a Osella de Ouro de melhor roteiro, escrito por Heitor Lorega e Murilo Hauser a partir do livro de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua mãe, Eunice. O filme também recebeu o troféu Signis, concedido pela Associação Católica Mundial para Comunicação, que costuma reconhecer projetos que exploram a dignidade humana, a justiça e a paz, e o Green Drop, entregue ao filme que “melhor representa os valores da ecologia e do desenvolvimento sustentável, com foco na conservação do planeta e de seus ecossistemas para as gerações futuras, promovendo estilos de vida sustentáveis e a cooperação entre os povos”.
Festival de Pingyao
O festival de cinema realizado na China homenageou o diretor Walter Salles com o prêmio Crouching Tiger Hidden Dragon East-West Award (o nome faz referência ao filme O Tigre e o Dragão, de Ang Lee).
Festival de Vancouver
No festival realizado no Canadá, Ainda Estou Aqui recebeu o prêmio do público, o Gala & Special Presentations Audience Award.
Festival de Mill Valley
Ainda Estou Aqui foi premiado com o Audience Favorite World Cinema, concedido pelo público do evento na cidade da Califórnia.
Mostra Internacional de São Paulo
Na 48ª Mostra Internacional de São Paulo, Ainda Estou Aqui foi escolhido pelo público como o melhor filme de ficção brasileiro.
Festival de Miami GEMS
Ainda Estou Aqui ganhou o troféu do público.
Festival de Pessac
No festival que ocorre na França, levou o Prêmio Danielle Le Roy, do júri jovem, e o prêmio do público.
New Mexico Critics Awards
Os críticos do Novo México, nos EUA, premiaram Ainda Estou Aqui como o melhor filme internacional.
National Board of Review
A National Board of Review é uma organização de críticos de cinema fundada em 1909, em Nova York. Ainda Estou Aqui entrou na lista dos melhores filmes internacionais, ao lado de A Garota da Agulha, Santosh, Tudo que Imaginamos como Luz e Universal Language. O eleito foi A Semente do Fruto Sagrado.
Globo de Ouro
Fernanda Torres fez história na 82ª edição do Globo de Ouro. Pela primeira vez, o Brasil faturou um troféu de interpretação na premiação da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood. Na categoria de melhor atriz em drama, ela superou Pamela Anderson (The Last Showgirl), Angelina Jolie (Maria Callas), Nicole Kidman (Babygirl), Tilda Swinton (O Quarto ao Lado) e Kate Winslet (Lee). Ainda Estou Aqui disputou o prêmio de filme em língua não inglesa, vencido por Emilia Pérez.
Festival de Palm Springs
O júri do 36º Festival de Palm Springs, na Califórnia, escolheu Ainda Estou Aqui como o melhor longa-metragem internacional. Ao anunciar o prêmio, o júri formado pelos críticos Brian D. Johnson (canadense), Marcelo Janot (brasileiro) e Paola Casella (italiana), declarou que o filme "evoca a gravidade da violência sem recorrer ao melodrama".
Prêmio ACCIRS
A Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS) deu o prêmio de melhor filme nacional para Ainda Estou Aqui.
Prêmio APCA
A Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) elegeu Ainda Estou Aqui como o melhor filme brasileiro de 2024 e Fernanda Torres como a melhor atriz.
Satellite Awards
Esta é uma das mais jovens premiações de Hollywood (está na sua 29ª edição). Formada por jornalistas de várias mídias e nações, a International Press Academy premiou, no dia 25 de janeiro, Fernanda Torres como melhor atriz em drama, à frente de Lily-Rose Depp (Nosferatu), Angelina Jolie (Maria Callas), Nicole Kidman (Babygirl), Saoirse Ronan (The Outrun) e Tilda Swinton (O Quarto ao Lado). Na categoria de filme internacional, Ainda Estou Aqui perdeu para Ondas, da República Tcheca, que parou nas semifinais do Oscar. Também concorriam La Espera (Espanha), A Garota da Agulha (Dinamarca), Reinas (Peru/Suíça) e A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha).
Critics Choice Awards
Ainda Estou Aqui concorre a melhor filme internacional na premiação dos críticos de rádio, TV e internet dos EUA e do Canadá, em 7 de fevereiro. Seus rivais são: Emilia Pérez, de Jacques Audiard, Flow, de Gints Zilbalodis, Kneecap: Música e Liberdade, de Rich Peppiatt, A Semente do Fruto Sagrado, de Mohammad Rasoulof, e Tudo que Imaginamos Como Luz, de Payal Kapadia.
Goya
É a premiação da Academia Espanhola, com entrega no dia 8 de fevereiro. Pela primeira vez, o Brasil vai brigar pelo Goya de melhor filme ibero-americano. Ainda Estou Aqui concorre com Agarrame Fuerte (Uruguai), O Jóquei (Argentina), No Lugar da Outra (Chile) e Memorias de un Cuerpo que Arde (Costa Rica).
Bafta
O Bafta é o prêmio da Academia Britânica, que será entregue no dia 16 de fevereiro. Ainda Estou Aqui disputa o troféu de melhor em língua não inglesa com Emilia Pérez, Kneecap: Música e Liberdade, A Semente do Fruto Sagrado e Tudo que Imaginamos Como Luz.
Oscar
Na 97ª edição do Oscar, marcada para o dia 2 de março, Ainda Estou Aqui compete em três categorias. Em melhor filme, tem como rivais Anora, O Brutalista, Um Completo Desconhecido, Conclave, Duna: Parte 2, Emilia Pérez, Nickel Boys, A Substância e Wicked. Corre por fora, já que é o segundo título com menos indicações e porque, na quase centenária história do Oscar, apenas duas vezes a Academia de Hollywood entregou sua principal estatueta para uma produção não falada em inglês: em 2012, para o francês O Artista (que era mudo), e em 2020, para o fenômeno sul-coreano Parasita.
Fernanda Torres concorre a melhor atriz com Cynthia Erivo (Wicked), Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez), Mikey Madison (Anora) e Demi Moore (A Substância). Nas duas premiações que venceu, a brasileira não enfrentou nenhuma das quatro rivais, que disputavam a categoria de comédia ou musical. Consequentemente, Moore, que desponta como favorita por também estar indicada ao Bafta e ao SAG Awards (do Sindicato dos Atores dos EUA), diferentemente da protagonista de Ainda Estou Aqui, ainda não teve "duelo" com Torres. Que, vale frisar, é a única das cinco candidatas representando um filme de drama, gênero que costuma ser mais valorizado.
E Ainda Estou Aqui é o Brasil no Oscar de melhor filme internacional, tendo pela frente Emilia Pérez (França), Flow (Letônia), A Garota da Agulha (Dinamarca) e A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha). Tem boas chances, na minha opinião.
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