
A informação do presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan, de que Juliana Brizola será candidata a deputada federal, foi contestada na manhã desta quarta-feira (16) pelo ministro Carlos Lupi. Presidente nacional do PDT, Lupi assegura que a candidatura de Juliana ao Piratini, lançada na semana passada durante encontro regional em São Leopoldo, é para valer.
— Temos que afirmar nosso projeto. Partido existe para ter candidato a governador, e a Juliana é a nossa candidata. Não temos como discutir apoio a outro nome com tanta antecedência, se a nossa é a que aparece melhor nas pesquisas — diz o ministro.
Lupi garante que, com ele, ninguém do governo Eduardo Leite conversou sobre 2026 e que a possível indicação de Eduardo Loureiro para a Secretaria da Cultura tem como única condição o apoio do PDT ao governo Leite na Assembleia.
Não é o que dizem os tucanos. Nos bastidores, a informação é de que o acordo é bem mais amplo e envolve, sim, uma aliança eleitoral em 2026. O próprio Romildo confirma que a ideia é reforçar o projeto do atual governo. Embora sem uma imposição de nomes, nas entrelinhas está implícito que o candidato é Gabriel Souza, já que o próprio Leite vem dizendo que deseja ter o vice como seu sucessor.
O presidente nacional do PDT confirma que a estratégia do partido é ampliar o número de deputados federais, até porque precisa ultrapassar a cláusula de barreira, e é esse o critério para a distribuição de tempo de rádio e TV e das verbas dos fundos partidário e eleitoral.
— Ter candidato a governador é importante para a eleição de deputados estaduais e federais. Seguiremos fortalecendo o nome da Juliana, que hoje é quem tem mais chances de um bom desempenho na eleição. Mas, até lá, muita coisa pode mudar. Nós não sabemos nem o que o governador vai fazer, como podemos declarar apoio antecipado a um candidato do MDB? Não sabemos quem o MDB vai apoiar para presidente, se terá federação ou não.
Lupi diz que no dia 21 de junho, aniversário da morte de Leonel Brizola, o PDT fará um grande encontro em São Borja para reafirmar a candidatura de Juliana.
Essa convicção do presidente do PDT embaralha a reforma do secretariado, mesmo que os líderes do PSDB saibam que os partidos, muitas vezes, tenham um discurso público e outro nas conversas entre quatro paredes.